Nuno Santiago deixou em Fevereiro a Masemba, editora então responsável por títulos como a Lux, Lux Woman ou Cristina e da qual foi director-geral durante três anos. No mesmo mês fundava a Media Camp, empresa cujo primeiro projecto foi o relançamento da revista Cristina quando a apresentadora da TVI colocou um ponto final no contrato com a editora. Na última semana, chegou às bancas pela mão da Media Camp a primeira edição de A Maria Vaidosa Magazine, projecto editorial lançado a partir do blogue homónimo e que tem como publisher Nuno Santiago. Ao M&P, o profissional explica como surgiu e quais os objectivos da empresa.
M&P: A Media Camp nasce e tem como primeiro projecto o relançamento da revista Cristina. Como surgiu a ligação ao projecto, que era antes editado pela Masemba, editora da qual era CEO?
Nuno Santiago (NS): Foi uma das oportunidades que surgiu e a Media Camp aproveitou-a. É um tipo de projecto que nos atrai e que nos permitiu testar uma das vertentes do nosso conceito base. A Cristina Ferreira criou a sua editora, a Treze7, e a Media Camp apoiou-a como uma estrutura de suporte ao relançamento do título, assegurando a coordenação editorial, paginação e gestão de produção e distribuição. Obviamente que o forte conhecimento que eu, pessoalmente, tenho do projecto, uma vez que estive na sua génese, e do produto, em conjunto com a manutenção de uma estrutura core do projecto, foram um factor chave para que a transição e o relançamento fossem bem sucedidos.
M&P: O que o levou a criar a Media Camp e quais são os objectivos da empresa?
NS: A Media Camp surge na sequência das oportunidades criadas pelo momento que estamos a viver no sector dos media. Consideramos que os actuais modelos organizacionais e de negócio das empresas de media tradicionais estão esgotados. Procuram-se novas abordagens e soluções, numa área que se encontra em profunda transformação, motivada por uma evolução tecnológica sem precedentes, e a um ritmo cada vez mais acelerado, e consequente alteração nos modos e padrões de consumo, sobretudo nas gerações nativas digitais, lideradas pelos “enigmáticos” millennials.
M&P: Que tipo de serviços prestam e que projectos pensam desenvolver?
NS: A Media Camp posiciona-se como um prestador de serviços a editores, produtores de conteúdos e projectos editoriais, em diferentes formatos/plataformas: print, mobile, digital, vídeo, com o objectivo de apoiar a concretização, reposicionamento e monetização desses projectos. O nosso primeiro projecto foi o relançamento da revista Cristina, que recebeu esta semana o Prémio M&P para melhor revista feminina, o que nos deixa muito orgulhosos. No passado dia 15 apoiámos o lançamento da revista A Maria Vaidosa Magazine, com quem estamos a trabalhar há cerca de três meses, sendo a primeira experiência em Portugal de transportar o universo de uma influenciadora digital para um formato tradicional de revista em papel. O feedback inicial que estamos a receber é fantástico e valida o conceito base da Media Camp, um media hub congregador, onde se incentiva a criatividade, se promovem sinergias, se reduzem custos e se potenciam receitas. Sobre novos projectos, e mesmo sendo acérrimos adeptos da mudança, continuamos a reger-nos pela velha máxima “o segredo é a alma do negócio”.
M&P: Quais as expectativas ao nível do volume de negócios para este primeiro ano de actividade?
NS: A Media Camp é uma startup e, como tal, está a dar os seus primeiros passos. Começámos por pensar um conceito de negócio na área de suporte a empresas/projectos media, sendo que durante este ano de 2017 temos estado fundamentalmente atentos a oportunidades, que aproveitamos, e que nos têm permitido testar algumas vertentes desse conceito base. Os recentes acontecimentos no sector, como a insolvência da Distrinews II, e o seu impacto nas pequenas e médias editoras, a alienação dos títulos da Impresa, entre outros, têm sido muito ricos como experiência. Os ensinamentos que estamos a recolher, quer dos projectos em que temos trabalhado, quer da evolução do mercado, estão a ter um contributo muito importante para o desenho final do projecto Media Camp, com base no qual vamos arrancar em 2018.
Por Pedro Durães
Fonte: Meios&Publicidade
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