Sexta-feira, dia em que uma boa parcela do funcionalismo público sequer dá o ar da graça no trabalho, todo mundo planejando o fim de semana, uns comprando carne, outros cerveja, alguns carregando o carro pra uma bela viagem.
Aí vem uma ordem à lá João Kleber: para, para, para, para! Coloca o equipamento e prepara pra passar um tempo na favela da Rocinha!
Já pensou se a gente fosse depender de funcionário civil pra isso? Ou de Magistrado, Procurador, etc?
Como assim? Mas eu já tinha planejado meu final de semana! E as minhas diárias? E o intervalo interjornada? E os meus direitos? Que absurdo! Não vou!
Essa ética do dever antes do direito era, vejam só, a ética de nossa sociedade em geral, antes da Constituição de 1988 invertê-la inapelavelmente. E antes da esquerda dominar completamente a narrativa educacional e cultural, produzindo gerações e gerações de rebeldes sem causa.
Então, antes de pensar em falar qualquer coisa sobre as Forças Armadas, pense em como você reagiria caso fosse chamado a cumprir uma missão na Rocinha. Numa sexta-feira, de susto, no meio do tiroteio, sem ganhar um centavo a mais e sem saber quando acaba. Uma cota de sacrifício que muito pouca gente está disposta a pagar. E se você não é uma delas, por favor, tenha pelo menos a decência de não falar em "privilégios" quando tratar de qualquer peculiaridade jurídica ou previdenciária relacionada aos militares.
Texto de Alexandre Paz Garcia (Ex-Cadete do Exército Brasileiro, hoje civil)
Postado por João Antonio Pagliosa, em 29 de setembro de 2017.
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