Na carta de despedida, a que o ‘Diário de Notícias’ teve acesso, Joaquim Leitão diz ainda que foi várias vezes impedido de pôr em marcha os seus projetos que “visavam a modernização e maior eficácia da Proteção Civil em Portugal”.
O presidente demissionário da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Joaquim Leitão, considera que foram ditas “muitas inverdades” na sequência dos incêndios florestais que abalaram o país que, aliadas ao facto de não ter sido criado espaço para se explicar, o forçaram a abandonar o cargo. Na carta de despedida, a que o ‘Diário de Notícias’ teve acesso, Joaquim Leitão diz ainda que foi várias vezes impedido de pôr em marcha os seus projetos que “visavam a modernização e maior eficácia da Proteção Civil em Portugal”.
A carta de demissão do presidente da ANPC foi entregue no mesmo dia que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, veio a público anunciar que ia deixar de tutelar a pasta que lhe havia sido confiada pelo Governo. Nela Joaquim Leitão começa por dizer que, apesar de estar empossado no cargo a escassos dias de completar um ano, sem se mostrou empenhado em fazer cumprir as suas funções e em modernizar a entidade.
“Por motivos alheios à minha vontade nem todos [os projetos que queria por em funcionamento] puderam ser iniciados”, afirma Joaquim Leitão. “Foram ditas muitas inverdades ao longo dos últimos meses sem que fossem criadas condições para as desmentir, pondo em causa o bom nome da Proteção Civil e dos seus profissionais. Sinto que não se encontram reunidas as condições necessárias para que me mantenha como presidente desta nobre casa”.
Joaquim Leitão foi empossado em outubro de 2016, depois da demissão de Francisco Grave Pereira, na sequência do inquérito ao caso dos helicópteros Kamov. Durante o seu mandato enfrentou várias situações conturbadas, como os incêndios trágicos do Pedrógão Grande e do passado domingo e a demissão de Rui Esteves, na altura comandante operacional da APNC, depois de terem sido levantadas dúvidas em relação à sua licenciatura.
“Não posso deixar de sentir as tragédias ocorridas no país nos últimos meses”, afirma ainda Joaquim Leitão, lembrando também as “capacidades de abnegação, trabalho, empenho e lealdade” do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e do primeiro-ministro, António Costa.
Fonte: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/
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