O Presidente da República continua esta sexta-feira a visita aos concelhos que foram afetados pelos fogos de domingo. Depois de ter estado nos locais onde registo de vítimas mortais, Marcelo Rebelo de Sousa deverá agora visitar os municípios de Arganil, Tábua, Penacova, Pampilhosa da Serra, Nelas, Carregal do Sal, Guarda e Sertã.
As deslocações do chefe de Estado não constam da agenda oficial do Presidente da República, mas Marcelo Rebelo de Sousa diz que acha que está “onde deve estar”. O chefe de Estado dedicou o dia de quinta-feira a visitar os locais fustigados pelos incêndios e deverá prolongar a visita pelo fim de semana.
Ontem à noite, numa declaração a partir de Santa Comba Dão, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que ficou “impressionado” com os danos “brutais” provocados pelos incêndios, mas também com a coragem das populações.
“Os danos materiais são brutais, mas os danos humanos são ainda mais brutais”, afirmou o chefe de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa disse também ter ficado espantado com a área ardida.
O Presidente da República louvou ainda a “capacidade de resistência e de reconstrução” dos portugueses com quem esteve, enfatizando a mobilização imediata das populações.
“É uma capacidade ilimitada, própria dos portugueses”, referiu.
Marcelo sublinha a solidariedade que presenciou após a tragédia dos incêndios. “Só foi possível aqui, como em todos os municípios, enfrentar o que foi preciso enfrentar, porque a solidariedade foi impressionante, com solidariedade entre municípios”, referiu o Presidente.
O chefe de Estado lembrou no entanto que esta solidariedade deve existir “durante o combate ao fogo como depois do combate ao fogo”.
“Agora, no refazer da vida, é essencial”, considerou.
Ao final da tarde, ainda antes da chegada a Santa Comba Dão, em Tondela, o Presidente da República tinha considerado a ajuda da União Europeia “uma boa noticia” para Portugal, caso esta se confirmasse.
"Hoje tivemos a notícia, aparentemente boa, que a União Europeia está sensível, que a Comissão Europeia está sensível para esta tragédia. Está sensível a abrir um regime especial”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou na quarta-feira que o executivo comunitário vai "acionar todos os instrumentos de solidariedade" para com Portugal e Espanha, na sequência dos incêndios.
“Isso significa, portanto, uma disponibilidade para entender o que vai ser necessário gastar, para apoiar aqueles que estão a reconstruir estas terras. Isso é uma boa notícia, se se confirmar, mas é evidente que o tempo corre", apontou o Presidente.
As deslocações do chefe de Estado aos locais devastados pelos incêndios florestais deverão prolongar-se até domingo. No sábado, Marcelo Rebelo de Sousa faz uma curta visita a Lisboa para a tomada de posse dos novos ministros e secretários de Estado.
A tomada de posse está marcada para as 9h00 e antecede o Conselho de Ministros extraordinário, agendado na sequência dos incêndios do passado fim de semana. Os fogos fizeram pelo menos 43 mortos e cerca de 70 feridos em vários pontos do país. Antes, em junho, o grande incêndio de Pedrógão Grande tinha provocado 64 mortos e mais de 250 feridos.
RTP
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