O
balanço preliminar do incêndio de 15 de outubro no concelho de
Cantanhede aponta para seis mil hectares de floresta queimada, uma
unidade industrial que emprega 140 trabalhadores totalmente consumida
pelas chamas, a destruição de uma oficina de automóveis onde
trabalhavam quatro pessoas e avultados prejuízos em várias
explorações pecuárias, incluindo a morte de mais de 50 animais,
além de máquinas agrícolas e inúmeras colmeias ardidas. Estes
dados foram transmitidos à Comissão Distrital de Proteção Civil
de Coimbra numa reunião realizada ontem, 18 de outubro, no salão
nobre dos Paços do Município, na sequência do primeiro
levantamento realizado no terreno pela presidente da Câmara
Municipal, Helena Teodósio, juntamente com técnicos da autarquia.
A
Comissão Distrital de Proteção Civil de Coimbra é a entidade que
no âmbito da CIM-Região de Coimbra representa a Autoridade Nacional
de Proteção Civil a nível político e o seu presidente, João
Ataíde, que é também líder do executivo camarário da Figueira da
Foz, veio a Cantanhede fazer um ponto da situação do grande
incêndio de 15 de outubro, no âmbito de um périplo pelo distrito.
No encontro com Helena Teodósio participaram ainda Luís Matias,
presidente da Câmara Municipal de Penela, também em representação
da CIM-Região de Coimbra, os vereadores da autarquia cantanhedense
Pedro Cardoso e Adérito Machado, este último na qualidade de
presidente dos Bombeiros Voluntários, o Comandante Distrital de
Operações de Socorro, Carlos Tavares, o secretário-geral da CIM –
Região de Coimbra, Jorge Brito, e o Comandante Operacional
Municipal, Hugo Oliveira.
No
relato circunstanciado que fez das principais ocorrências, a
presidente da Câmara Municipal deu conta que o fogo entrou no
concelho pela faixa florestal litoral, na confluência com o
território da Figueira da Foz, tendo depois alastrado de modo
devastador pelas freguesias da Tocha, S. Caetano e Corticeiro de
Cima.
A
autarca sublinha que “os
Bombeiros Voluntários de Cantanhede foram inexcedíveis no combate a
um incêndio com proporções nunca vista no concelho, não obstante
a manifesta falta de meios para fazer face a situações com tal
dimensão, sem esquecer o imprescindível papel dos demais agentes da
proteção civil municipal. Lamentavelmente o princípio da
subsidiariedade não funcionou e não pudemos contar com o apoio de
outros meios, tal como aconteceu noutras zonas do país”,
refere Helena Teodósio, que enaltece “as
populações locais que se mobilizaram para fazer frente ao incêndio,
tendo contribuído decisivamente para a defesa e proteção de bens”.
Entretanto,
para além do levantamento exaustivo dos prejuízos que está em
curso, os serviços técnicos de ação social da Câmara Municipal
estão já no terreno a identificar as situações de famílias
afetadas que eventualmente precisem de apoio. Neste âmbito, o
presidente do conselho de Administração do Hospital de Cantanhede,
António Sequeira, manifestou à presidente da Camara Municipal
disponibilidade para a unidade hospitalar participar no processo,
nomeadamente através da intervenção de profissionais de saúde na
prestação de assistência médica e psicológica nos casos em que
isso seja necessário.
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