360º
Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia...
... Donald Trump ficou 'orgulhosamente só' na decisão de retirar os EUA do "desastroso" acordo anti-nuclear do Irão. As reações contra o anúncio do presidente norte-americano vieram de (quase) todo o mundo: Presidente e Governo português juntaram-se a Macron e aos aliados europeus para "lamentarem" a opção de Trump; e só o israelita Netanyahu lhe gabou a “coragem". A UE procura agora fórmulas de manter os iranianos vinculados às regras estabelecidas em 2015.
Mas o que é que significa realmente esta decisão da Casa Branca? E o que se pode esperar do Irão? O que vale realmente este acordo? As respostas a todas estas dúvidas estão em nove respostas num Explicador do João de Almeida Dias.
Nas análises internacionais, o New York Times pergunta a Trump onde é que está um melhor acordo, o Washington Postcoloca a mesma questão, a CNN considera que se vai desencadear um terramoto mundial e o The Guardian diz que o presidente norte-americano criou uma crise de segurança nacional (e mundial) sem motivo.
Carlos César admitiu que as declarações de vários dirigentes socialistas sobre o caso Sócrates, após três anos e meio de silêncio, fizeram parte de uma estratégia. "Impunha-se da parte do PS aclarar posições, era o que precisava de ser feito”, disse no espaço de comentário da SIC que divide com Santana Lopes. Já na TVI, Fernando Medina afirmou que tudo "acabou como teria de ter acabado”.
Falta saber se a estratégia resultará. Porque hoje o tema deve marcar o debate quinzenal. E porque, por coincidência seguramente, entre as primárias do PS e o congresso, o movimento de defensores de Sócrates já marcou um novo almoço de apoio. Falta apenas confirmar a presença do ex-primeiro-ministro agora desfiliado do PS.
Em última hora, a notícia de que o embaixador russo em Lisboa morreu repentinamente.
Outra informação relevante
A demissão do comandante da Proteção Civil, em colisão com o Governo e a Liga dos Bombeiros, dominou ontem a audição de Eduardo Cabrita no Parlamento. Mas o ministro deixou três grandes perguntas por responder: porque se demitiu realmente António Paixão? Quando é que os meios aéreos vão estar disponíveis e quantos? E o que aconteceu aos três Kamov parados? O tema vai seguramente marcar também o debate quinzenal de hoje à tarde na Assembleia.
Até porque continuam as más notícias. A uma semana de estarem formados, os militares dos Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), que vão reforçar as equipas de combate aos incêndios, têm falta de equipamento de proteção e de material, desde luvas a capacetes até carros. O Público revela um mail interno arrasador do comandante daquela força.
Ontem António Costa reagiu à declaração de Marcelo de que não se recanditará a um segundo mandato se se repetirem as tragédias dos incêndios. O primeiro-ministro garantiu que o Presidente “não manda recados pelos jornais"(ainda que as palavras de Marcelo fossem coincidentemente contraditórias a um afirmação que Costa fez em tempos à Visão).
A defesa de Pedro Dias, condenado a 25 anos pelos homicídios de Aguiar da Beira, entregou recurso para lhe ser reduzida a pena. Argumenta que foi prejudicado pelo tribunal, que o condenou sem provas e apesar de existirem muitas dúvidas.
No julgamento do processo Fizz as contradições em tribunal fizeram alterar os ânimos. Carlos Silva, o presidente do BPA, continuou a negar ter contratado o ex-procurador Orlando Figueira acusado de corrupção, apesar de ter sido confrontado com mails sobre o contrato a que respondeu do seu próprio iPad. Mas já admitiu ter indicado o nome de Proença de Carvalho e irritou-se ao falar da relação com Álvaro Sobrinho.
Mais um caso em curso, este na CMVM. Henrique Granadeiro voltou a ser chamado para dar explicações sobre o empréstimo da PT à Rio Forte do grupo GES, que foi o princípio do fim para a operadora nacional.
Na Operação Lex, há mais uma revelação. O antigo responsável de comunicação do Sporting terá pedido a José Veiga uma cunha ao juiz Rui Rangel para um processo em que pedia indemnização ao clube, diz o CM.
Aprovada (por unanimidade) a reavaliação do regime de abonos para as deslocações aos deputados das ilhas que eram pagos em duplicado, o PS decidiu agora propor que a análise aos apoios parlamentares seja alargada. Quer rever todas as ajudas de custo às viagens subsidiadas também no continente.
No meio de tanto caso, o CDS vai apresentar a Marcelo uma série de alterações constitucionais com que quer melhorar a Justiça. Entre elas consta a figura do arrependido, a criação do Conselho Superior do Poder Judicial e novas medidas contra o enriquecimento ilícito.
Já á luz verde para se avançar com o aeroporto do Montijo. O Estudo de Impacte Ambiental viabiliza o projeto, avança o Negócios.
O debate sobre a eutanásia só vai acontecer no próximo dia 29, mas a Igreja Católica já avançou com a distribuição de 1,5 milhões de panfletos em defesa da vida. Os principais lemas da campanha são: com eutanásia "não se elimina o sofrimento, elimina-se a vida da pessoa que sofre" e "o homicídio não deixa de ser homicídio por ser consentido pela vítima".
No desporto, há várias coisas a anotar: conhecido o campeão, os jogos decisivos para o segundo lugar foram marcados para as 18h00 de domingo, 13 de Maio; mas o Benfica, que não deve poder contar com Rúben Dias (suspenso por dois jogos por agressão a Gélson no dérbi, que o podem fazer perder cem mil euros), admite impugnar o campeonato, segundo avança o CM.
Lá fora, registo para a visita surpresa de Kim Jon-un à China onde somou promessas de cooperação, e para o pedido de ajuda financeira da Argentina ao FMI.
Os nossos Especiais
César Bardaji é um dos maiores investidores mundiais em startups. Pegou em parte das suas poupanças e criou um portefólio de "sucesso" de 37 empresas. Em entrevista à Ana Pimentel, conta o segredo: “O melhor negócio do mundo sem uma equipa muito boa vai ser uma desgraça".
O 2º. episódio da nossa rubrica "Não Teste Isto em Casa" pôs à prova dois smartphones (que se dizem) ultrarresistentes. Como? Deixando-os à mercê da seleção nacional de Rugby durante um treino, que os pontapeou e passou por cima deles. O Manuel Pestana Machado presenciou a tudo (equipado e em esforço) para contar o que aconteceu.
A nossa opinião
- Luís Aguiar-Conraria escreve sobre "O futuro do PS e o legado de Sócrates": "A arrogância galambina já cansa. Retirem-se as consequências políticas. Quem foi cúmplice que se afaste da vida pública. Quem foi enganado, ou se deixou enganar, para além do razoável que saia também".
- Miguel Pinheiro escreve sobre "E se Sócrates decidir contar tudo?": "Se, de facto, José Sócrates é aquilo que o Ministério Público diz, então conhecerá os subterrâneos do regime. Para salvar o seu legado político, resta-lhe contar tudo. Nomes, nomes e mais nomes".
- Maria João Marques escreve sobre o "Museu Deus me dê paciência": "O que celebramos da história é sempre mais ilustrativo do presente do que do passado. Confesso, porém, que esta sanha de politizar tudo (que é o ar do tempo dos inícios do século XXI) me satura muito".
- Manuel Villaverde Cabral escreve sobre "Despoletar a bomba a tempo": "Tão importante como o caso lamentável de Manuel Pinho, foram as emissões televisivas dos interrogatórios de Sócrates que desencadearam os receios do PS quando o viram, por assim dizer, à solta".
- Fernando Leal da Costa escreve sobre "A nova Ordem" dos médicos: "Embora os médicos possam compreender os motivos de mais uma greve, conviria que a Ordem se afastasse do protesto sindical, vincasse as suas diferenças e divulgasse de uma agenda de mudança na saúde".
Notícias surpreendentes
Estão escolhidos os primeiros dez finalistas do festival da Eurovisão. Num espetáculo, marcado pela grandiosidade, deu nas vistas a já conhecida cantora de Israel, mas o grande favoritismo passou a ser da representante do Chipre. Foi com Netta Barzilai e Eleni Foureira que o Gonçalo Correia esteve à conversa: a estrela israelita falou-lhe de como lidar com o bullying; rejeitada duas vezes pela Grécia, Foureira contou-lhe porque quer agora fazer história pelos cipriotas.
- Se não viu, pode rever aqui esta primeira meia-final. Ou ler o artigo do Alexandre Borges que, sentado no sofá de casa, ouviu canção a canção, do rocker Albanês ao Aquamatrix da Estónia.
- As actuações, na maioria exuberantes, como pode ver nestas 20 fotos, deram origem a muitos memes nas redes sociais (até a Rua Sésamo foi metida ao barulho).
- A moda também esteve em destaque: desde a imitação do vestido/vídeo de Jennifer Lopez até às criações de designers portugueses escolhidas pelas apresentadoras.
- Para já, Portugal surge em segundo lugar na sondagem oficial da Eurovisão.
- Salvador Sobral, o vencedor do ano passado, quer contudo que se abra "um novo ciclo" na sua carreira (a entrevista é do Público).
O Google apresentou muitas novidades. Há um novo News, avanços da inteligência artificial e uma assistente digital realmente inovadora. A Google Assistant vai poder fazer chamadas pelos utilizadores para marcar idas ao cabeleireiro ou restaurantes (e com a voz do cantor John Legend).
Ainda tecnologia. Porque a Uber revelou o protótipo do seu novo carro voador: será movido a energia elétrica, pode voar a uma altitude entre os mil e os 2 mil pés e deve ser lançado, no máximo, até 2023.
Hoje há debate quinzenal dominado seguramente pelos temas Pinho e Sócrates, bem como pelas polémicas na Proteção Civil. Pode acompanhar tudo em direto no Observador a partir das 15h00. E já conhece o Observador Premium, o nosso novo programa de assinaturas?
Boa quarta-feira
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