O lançamento da pré-candidatura de Lula da Silva às presidenciais terá lugar dia 27. A presidente do Supremo Tribunal Federal sublinha a impossibilidade de «bloqueio antecipado», sem direito de defesa.
Foi o próprio Lula da Silva que decidiu que, a 27 de Maio, a sua pré-candidatura presidencial fosse apresentada em cada terra brasileira onde o Partido dos Trabalhadores (PT) está organizado, para que «fique claro que o PT têm um só candidato às eleições de Outubro», disse ontem o deputado federal e seu advogado Wadih Damous, pouco depois de visitar o ex-presidente brasileiro na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena.
Dirigindo-se aos participantes na vigília «Lula Livre», na Praça Olga Benário, Damous disse que o ex-presidente está com «bom humor, mas preocupado com a situação do Brasil».
Transmitiu, para além disso, o convite de Lula para que a sua «militância» participe, no próximo domingo, nos lançamentos da sua pré-candidatura. «Não importa se cada acto reúne dez, 500 ou milhares de pessoas, o importante é o todo», para «deixar claro que Lula é o nosso candidato», insistiu.
Lula não quer ninguém «a falar de indulto»
O deputado e membro da equipa de defesa do ex-presidente – a cumprir pena na capital do Paraná desde 7 de Abril – disse que Lula mandou um recado: «não quer ninguém a falar de indulto, pois ele quer provar que é inocente».
«O presidente recomendou-me que dissesse a todos vocês e a todo o povo brasileiro que ele não quer saber dessa história de indulto, porque ele é inocente. O que ele quer é que se faça justiça e que [a Justiça] brasileira declare a sua inocência, porque, até hoje, aqueles que o condenaram não conseguiram provar qualquer acto ilícito praticado pelo presidente Lula», disse Wadih Damous aos presentes, citado pelo Brasil de Fato.
Sublinhou também a «indignação» de Lula pelo facto de os juízes terem sido muito rápidos a condená-lo, enquanto os recursos interpostos «não andam».
Candidatura não pode ser proibida antecipadamente
Em declarações a uma televisão, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que a candidatura presidencial de Lula da Silva não pode ser «bloqueada antecipadamente, sem que haja contestação prévia», tal como defendem alguns membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
«Os candidatos a algum cargo eleito têm direito a solicitar o registo da sua candidatura e a enfrentar a Justiça Eleitoral», mesmo tendo sido condenados por um tribunal, disse a presidente do STF.
Cármen Lúcia rejeitou a possibilidade de «exclusão imediata» da candidatura de Lula, «sem que seja tido em consideração o direito de defesa», indica a Prensa Latina.
Fonte: abrilabril
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