O município da Pampilhosa da Serra, um dos mais afetados pelos incêndios de 2017, prevê apoiar a reconstrução de cerca de 200 casas de segunda habitação destruídas pelos fogos.
Segundo o presidente da Câmara, o investimento poderá atingir 3 a 4 milhões de euros, disse o presidente da Câmara.
Num concelho em que as segundas habitações são fundamentais na economia local, a Câmara da Pampilhosa da Serra pretende utilizar o mecanismo disponibilizado pelo Governo para apoiar as casas de segunda habitação (um empréstimo com juros muito baixos concedido às câmaras afetadas pelos fogos).
Segundo o presidente do município, José Brito, utilizando este mecanismo, a autarquia prevê apoiar a reconstrução de cerca de 200 casas de segunda habitação do concelho.
"Os juros são muito baixos e como o município está sem endividamento vamos conseguir suportar isso sem afetar aquilo que é o dia a dia do município", disse à agência Lusa o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, concelho que acolhe hoje um Conselho de Ministros Extraordinário dedicado ao ordenamento florestal e coesão territorial.
De acordo com José Brito, o apoio terá "um teto de 80 mil euros para cada habitação" e vai garantir um apoio de 40% de cada intervenção realizada.
"Acreditamos que a maioria - até porque também têm uma linha de crédito especial para a reconstrução - consiga assim optar por reconstruir" as casas, que, em muitos casos, eram utilizadas com a regularidade semanal ou quinzenal, salientou.
José Brito espera que a medida avance entre setembro e outubro, estando neste momento o regulamento de apoio do município a ser definido juntamente com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
"Isto será fundamental. Temos 30 mil descendentes da Pampilhosa da Serra em Lisboa, que estão ligados à sua terra através das comissões de melhoramentos. Vinham cá com grande frequência, promoviam e organizavam festas e são fundamentais para a economia do concelho. Sem este apoio da autarquia, muitos desistiriam de reconstruir e o concelho ficaria ainda mais vazio", realçou.
Quanto ao Conselho de Ministros Extraordinário que decorre na Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, José Brito mostrou-se "expectante", louvando a escolha do local para a realização da reunião, o que por si só "é um excelente sinal para o interior - uma demonstração de que o Governo está apostado em resolver os problemas".
"Há que tomar a iniciativa e ter a coragem para se começar a resolver os problemas do interior", defendeu, considerando necessário atrair mais pessoas para o interior do país, através de "condições excecionais" para as empresas se fixarem nestes territórios.
Além disso, há também que assegurar serviços públicos de proximidade, notou, considerando que "ninguém vive num território" sem uma resposta adequada no âmbito da saúde e da educação.
Lusa
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