O Supremo Tribunal Federal vai julgar esta terça-feira a denúncia contra Jair Bolsonaro e decidir se torna o candidato do PSL às eleições de 7 de Outubro réu por racismo.
A denúncia foi protocolada pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, a propósito de declarações do deputado, em abril, com, disse a procuradora, "cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais".
Na ocasião, Jair Bolsonaro dissera que afrodescendentes que habitam quilombolas, comunidades rurais de descendentes de escravos, "não fazem nada e nem para procriar servem mais", e que as reservas em causa, assim como as de indígenas, atrapalham a economia do país porque custam, segundo o candidato, mil milhões de reais por ano aos cofres do Estado.
Para a defesa de Bolsonaro, as declarações não podem ser criminalizadas porque foram feitas no contexto da sua atuação parlamentar e visaram apenas criticar a política brasileira de demarcação de terras.
Na ocasião, o ex-capitão do exército disse ainda que o afrodescendente mais leve que ele encontrou numa visita a um quilombola "pesava sete arrobas". A procuradora-geral da República viu racismo na comparação com uma unidade de peso de animais, o que os advogados de Bolsonaro contestam.
A sessão, que estava inicialmente marcada para 4 de setembro, é analisada já esta terça-feira, por cinco dos 11 juízes que compõem o Supremo, a pedido do próprio Bolsonaro.
Bolsonaro, entretanto, já está envolvido noutro processo no Supremo por incitação a violação. Na altura, disse em pleno plenário da câmara a Maria do Rosário, deputada do PT, que só não a violava porque ela não merecia.
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