Os cerca de três mil bombeiros esperados numa manifestação nacional em Lisboa já começaram a encher o Terreiro do Paço. Deslocam-se em cerca de 750 viaturas.
Pelo menos três bombeiros e 750 viaturas, em representação de 90% das associações de todo o país, vão marcar presença num protesto contra as propostas do Governo na área da proteção civil.
O número foi avançado à agência Lusa pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, pelas 12.30 horas, quando largas centenas destes profissionais já se concentravam e “pintavam de vermelho” a Praça do Comércio, enquanto outros bombeiros e viaturas vão chegando do local do protesto.
Pelas 12:35, Marta Soares subiu ao palco montado no interior de um camião dos bombeiros, para informar os presentes de que “estão centenas de bombeiros a caminho, que estão a complicar o estacionamento das viaturas”, deixando um apelo à PSP para que “abra caminho” para que as viaturas ainda na estrada cheguem à Praça do Comércio, onde se situa o Ministério da Administração Interna.
“Por um comando autónomo; pelos incentivos ao voluntariado; juntos por Portugal e pelos portugueses ou força insubstituível”, são algumas das frases escritas em tarjas ou cartazes que os bombeiros fardados vão empunhando.
Dezenas de viaturas estão estacionadas junto ao Rio Tejo, nas imediações da Praça do Comércio.
Na base deste protesto estão as propostas aprovadas na generalidade pelo Governo a 25 de outubro na área da proteção civil, sendo a que merece maior contestação das corporações de bombeiros é as alterações à lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil, futuro nome da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
“Que fizeram os bombeiros para merecer este desrespeito?” A pergunta é de Jaime Marta Soares, que reclama “liberdade” e lembra que os bombeiros representam “95% do socorro e 92% do combate aos incêndios florestais” em Portugal.
Para a LBP, o Governo pretende colocar os bombeiros voluntários “num papel secundário” com estas alterações.
A LBP considera a nova lei orgânica da ANPC “completamente desajustada da realidade do país”, que “interfere na autonomia” das associações humanitárias dos bombeiros.
A concentração acontece um dia depois da LBP ter reunido com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e ter apresentado “mais uma vez” as suas propostas sobre a reforma da Proteção Civil.
Segundo Jaime Marta Soares, durante a reunião não houve “qualquer acordo, nem entendimento” com o ministro.
No final do encontro, fonte oficial do gabinete do ministro da Administração Interna disse à Lusa que o Governo vai apreciar “com espírito construtivo” as propostas da LBP.
A proposta do Governo da Lei Orgânica da atual ANPC prevê a criação cinco comandos regionais e 23 sub-regionais de emergência e proteção civil em vez dos atuais 18 comandos distritais de operações e socorro, além da criação de um Comando Nacional de Bombeiros com autonomia financeira e orçamento próprio, cujo responsável máximo será designado depois de ouvida a LBP.
Fonte: bps
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