As operações de busca e resgate das 5 vítimas mortais atingidas pelo aluimento de terras ocorrido a 19 de Novembro na pedreira em causa durou 13 dias.
No teatro de operações estiveram empenhados 651 operacionais e 402 veículos, da ANPC, dos agentes de proteção civil (APC) e de várias entidades públicas e privadas, comandados pelo Comandante Operacional Distrital de Évora, José Ribeiro.
As operações de busca e resgate das vítimas caraterizaram-se pela grande complexidade e exigência técnica dos trabalhos executados (drenados cerca de 70.000 m3 de águas barrentas entre os poços das duas minas e o exterior) e pela elevada perigosidade do ambiente em que se desenrolaram, em virtude quer do risco iminente de novas derrocadas quer devido às condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir na região ao longo de toda a ação.
A ANPC quer sublinhar o facto não se ter registado qualquer acidente de trabalho durante a operação de proteção civil, fruto quer da prioridade, atribuída pelo comando, quer do respeito escrupuloso, observado pelos operacionais, das medidas de segurança, em especial por parte dos que participaram nas arriscadas manobras de resgate executadas no fundo da pedreira, as quais contaram com o acompanhamento permanente das equipas médicas do INEM.
Enaltecemos o elevado grau de resiliência e especialização dos meios operacionais de resgate dos vários APC, em especial dos Corpos de Bombeiros, da Força Especial de Bombeiros da ANPC e do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR, bem como o excecional entrosamento e cooperação entre todos verificado ao longo desta delicada e demorada operação.
Realçamos igualmente a utilidade operacional que o sofisticado equipamento tecnológico empregue no reconhecimento e busca em ambiente aquático, em especial os equipamentos disponibilizados pela Marinha, pelo Instituto Hidrográfico e pelo INESC-TEC, veio conferir a toda a operação.
A incorporação do conhecimento científico em todos os passos da operação, em especial na monitorização das condições de segurança e estabilidade dos terrenos incluídos em todo o perímetro da ação, realizada em conjunto pelos técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e da Engenharia Militar, com o apoio dos equipamentos de monitorização em tempo real da escarpa (delsar e drones), foi também um fator imprescindível para os resultados alcançados.
Referir, ainda, o envolvimento ativo e empenhado do subsistema de proteção civil municipal, cujo Serviço Municipal de Proteção Civil de Borba desempenhou um papel estruturante na mobilização e articulação de todas as capacidades e valências dos APC e entidades locais, bem como saudar o espírito voluntário e solidário das múltiplas entidades, empresas e particulares, que apoiaram, sob as mais diversas formas, a logística de toda a operação enquanto a mesma durou.
Na operação de proteção civil em Borba participaram as seguintes entidades:
·Corpos de Bombeiros Voluntários do Distrito Évora (Évora, Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Estremoz, Arraiolos, Reguengos de Monsaraz, Vila Viçosa, Mora, Borba, Redondo, Mourão, Portel, Alandroal e Viana do Alentejo), do Distrito Lisboa (Alcabideche, Cascais, Estoril, Lourinhã, Sacavém) e do Distrito Portalegre (Alter do Chão, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Elvas, Gavião)
·Força Especial de Bombeiros da ANPC
·Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR
·Comando Territorial de Évora da GNR
·Forças Armadas (Marinha, Instituto Hidrográfico, Exército Português – Engenharia Militar)
·Instituto Nacional de Emergência Médica
·Policia Judiciária
·Laboratório Nacional de Engenharia Civil
·Águas de Vale do Tejo – Grupo EPAL
·EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva
·EDP – Distribuição
·Câmara Municipal e Serviço Municipal de Proteção Civil de Borba
·Serviços Municipais de Proteção Civil de Évora, Alandroal e Viana do Alentejo
·Empresas e respetivos colaboradores em diferentes áreas do sector (montagem de bombas, instalação de geradores, etc.)
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