♦ Plinio Maria Solimeo
Dizem que a gratidão é uma das virtudes mais difíceis de praticar. Esquecemo-nos muito rapidamente dos que nos fizeram algum bem, espiritual ou material, e dos benefícios que deles recebemos. Por isso, quando vemos uma demonstração de retribuição e de afeto a alguém por um bem recebido, sobretudo no mundo tão egoísta de hoje, não deixamos de nos surpreender.
Os professores estão neste caso. Não se lhes tem mais a devida estima, embora sejam os que nos abrem a alma e a inteligência para o saber. Está se tornando cada vez mais frequente terem eles de enfrentar a atitude de fronda mais soez da parte dos alunos, quando não são vítimas de agressão. Assim, neste Ocidente que deu as costas para Jesus Cristo e Sua Igreja, está longe o tempo em que os mestres eram considerados uma extensão dos pais na educação dos filhos, e vistos por isso como beneméritos.
Entretanto esse reconhecimento ainda existe em alguns países do Oriente, como na Turquia, que apesar de sua falsa religião, celebra em 24 de novembro o Dia dos Professores. Foi precisamente lá que ocorreu recentemente um fato nesse sentido, “viralizado” nas redes sociais.
Num vôo desse dia da companhia aérea turca Turkish Airlines o capitão começou inusitadamente a transmitir, da cabine de comando, as seguintes palavras:
“Senhores passageiros, quem fala é o capitão deste vôo. Hoje é um dia importante. Há seis anos eu sou piloto, como parte da família Turkish Airlines, e muito disso se deve aos esforços do meu professor Selahattin Onan, um professor com uma longa carreira que está conosco no avião hoje. É muito bonito poder chamar de professor alguém que é como um pai para mim.”
Recordou ainda que Selahattin Onan [fotos] foi piloto capitão durante 20 anos, tornando-se depois, durante outros 10 anos, formador de pilotos, lecionando para milhares deles, “acompanhando-os e fazendo-os crescer como seus filhos”.
O capitão acrescentou: “Estou falando em nome de todos os seus alunos, expressando nossa infinita gratidão. Sou muito feliz pelo fato de o senhor ter sido professor, meu professor. Muito feliz por ter sido um pai.”
Pouco antes, a Turkish Airlines havia passado um vídeo com depoimentos de outros ex-alunos de Onan. Um dizia: “Encontrei-me com ele pela primeira vez em um avião. Fiz diversas perguntas, e ele me disse: ‘Filho, se você está tão curioso, por que não pensa em ser piloto?’.” Outro acrescentou: “Ele parou e me disse que era a minha hora de fazer a diferença na vida dos outros. Agora estou me preparando para ser professor também.”
Mas a homenagem não parou aí. Um grupo de outros colabores da companhia aproximou-se do assento de Selahattin, que estava emocionado e em prantos, entregando-lhe um bouquet de flores em agradecimento pelo seu trabalho. E, à maneira turca de se saudar uma pessoa de idade, oscularam sua mão, nela encostando a própria testa.
Que atitudes como esta, tão comuns na “douceur de vivre” da Civilização Cristã, nos façam recordar tudo o que abandonamos.
Fonte: ABIM
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