O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural(MITADER) vai estender para 2019 a proibição que impôs em Março passado de exploração e recolha de madeiras das espécies Pau-ferro, Mondzo e Nkula incluindo na interdição as espécies de madeira Inhamarre e Mbuti. O @Verdade sabe que devido ao corte indiscriminado que aconteceu nos últimos anos a proibição de corte do Pau-ferro poderá ser estendida por mais 10 anos.
Um dos corolários da “Operação Tronco”, levada a cabo em 2017, foi a decisão tomada pelo ministro Celso Correia de impedir “a exploração e recolha de madeira das espécies Pterocarpus tinctorius(Nkula), Swartzia madagascariensis (Pau-ferro) e Combretum imberbe(Mondzo)”.
Em Despacho datado de 29 de Março de 2018 o titular da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural determinou ainda que não seria permitida a exportação das espécies Afzelia quanzensis(Chanfuta), Pterocarpus angolenses(Umbila), e Millettia stuhlmannii(Jambirre).
O @Verdade apurou que durante o Inventário Florestal Nacional, concluído no passado mês de Agosto, verificou-se um declínio de até 90 por cento dos cortes anuais admissível dessas espécies levando ao Governo a manter a interdição da exploração e recolha das espécies Nkula, Pau-ferro e Mondzo e ainda alargou a proibição para as madeiras Ekebergia capensis (Inhamarre) e Mbuti.
O documento na posse do @Verdade recomenda que o “defeso especial do Pau-ferro se estenda por mais 10 ou 15 anos, e que durante este período se monitore o efeito do defeso especial na espécie”.
Sugere ainda que se considere a submissão das espécies Tule, Umbáua, Umbila, Jambirre e Mondzo “a um defeso especial ou a uma requalificação para espécies preciosas”.
Os investigadores do Inventário Florestal Nacional não encontraram nenhuma árvore da espécie Nkula que tivesse alcançado o diâmetro a partir do qual as espécies comerciais podem ser legalmente exploradas e por isso recomendam “que se suspenda a exploração desta espécie até à realização de um inventário provincial detalhado ou inventário focado nesta espécie”.
“Do total de 119 espécies comerciais de Moçambique, apenas 106 espécies foram encontradas. Destas 106, apenas 72 tinham indivíduos com o diâmetro à altura do peito a partir do qual as espécies comerciais podem ser legalmente exploradas”, constata ainda o Inventário Florestal Nacional a que o @Verdade teve acesso.
Maiores quotas para exploração de madeira em 2019 vão ser atribuídas às província da Zambézia, Cabo Delgado e Sofala
Entretanto o @Verdade apurou, na informação prestada pelo ministro Celso Correia à Comissão da Agricultura, Economia e Ambiente da Assembleia da República, que ainda baseado nos resultados do Inventário Florestal Nacional de 2018 o MITADER vai rebaixar o volume total de madeira a ser explorada dos 350 mil metros cúbicos do corrente ano para 347.528 metros cúbicos de madeira de outras espécies em 2019.
O @Verdade apurou que as maiores quotas em 2019 vão ser atribuídas às província da Zambézia(81.483 metros cúbicos), Cabo Delgado(62.042 metros cúbicos) e Sofala(61.445 metros cúbicos), pois de acordo com o Inventário Florestal deste ano são as províncias com maior densidade de árvores com Diâmetro à altura do peito superior a 40 centímetros por unidade de área e onde se concentram o maior número de operadores florestais e concessões florestais.
Estes mapas das previsões de quotas de exploração florestal do MITADER a que o @Verdade teve acesso mostram ainda que as nas espécies preciosas a maior exploração será de Pau-preto, 14.034 metros cúbicos dos quais 6.367 na província de Cabo Delgado, Chacate preto, 8.421 metros cúbicos dos quais 6.355 na província de Inhambane, Sândalo 5.867 metros cúbicos dos quais 4.094 na província de Inhambane, Muoma, 5.111 metros cúbicos dos quais 3.812 na província de Cabo Delgado, e Ébano, 1207 metros cúbicos todos a serem cortados na província de Sofala.
Relativamente a madeira de primeira classe o @Verdade descortinou que a maior exploração será de Chanato, 63.758 metros cúbicos dos quais 47.120 na província de Tete, Umbila, 60.411 metros cúbicos dos quais 32.777 na província da Zambézia, Chanfuta, 42.947 metros cúbicos dos quais 15.134 na província de Cabo Delgado, Jambirre 35.543 metros cúbicos dos quais 12.086 na província de Cabo Delgado e Muanga, 9.990 metros cúbicos dos quais 8.595 na província da Zambézia.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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