Num ano em que não houve visita do Papa, dormidas de visitantes nacionais subiram 5 por cento, proveitos cresceram 7 milhões de euros e número de hóspedes estabilizou.
Os resultados preliminares da atividade turística no país em 2018, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), comprovam que o ano passado foi claramente positivo para o Centro de Portugal em vários indicadores, apesar de ter como comparação um ano de 2017 verdadeiramente extraordinário, em que a região recebeu a visita do Santo Padre e em que celebrou o Centenário das Aparições de Fátima.
Nos anos em que acontece uma visita papal a Fátima, os números de visitantes do Centro de Portugal disparam. Por isso, 2017 foi o melhor ano de sempre para a região, a nível turístico, sendo que só no concelho de Ourém, onde se situa Fátima, se registaram mais 525.000 dormidas em 2017 do que em 2016.
No entanto, os resultados preliminares de 2018, hoje conhecidos, mostram que, no indicador do número total de hóspedes, quase não houve diferença nos dois exercícios: entre Janeiro e Dezembro de 2018, o Centro de Portugal recebeu a visita de 3.198.198 hóspedes, tendo estes totalizado 3.203.404 no mesmo período de 2017. Ou seja, num ano em que não houve um acontecimento com o impacto da visita do Papa Francisco, a região registou apenas menos 5.206 hóspedes, num universo superior a 3 milhões – uma diminuição estatística de apenas -0,1%.
Acresce que estes números pecam por defeito, uma vez que os dados preliminares do INE não incluem todos os alojamentos turísticos, deixando de fora o turismo de habitação, o turismo em espaço rural e o alojamento local – unidades que assumem um peso muito grande nas opções de quem visita esta região. Logo, é legítimo antecipar que, quando se conhecerem os dados finais, em 2018 tenha havido mais hóspedes que em 2017.
Se compararmos o número de hóspedes entre 2016 e 2018, verificamos um crescimento de 13,2%, de 2.825.255 para 3.198.198, o que demonstra o interesse crescente na região.
Proveitos cresceram em 2018
Um indicador particularmente importante é o que se refere aos proveitos da atividade turística. E estes foram extremamente positivos. As receitas foram, até, superiores às de 2017, o que constitui um dado muito interessante para os empresários que investem no turismo da região. Em 2017, o Centro de Portugal tinha registado proveitos globais de 272,7 milhões de euros; em 2018, estes valores subiram para 279,6 milhões, num crescimento significativo de 2,5%. O rendimento médio por quarto disponível também subiu, de 26 para 26,3 euros.
Para se ter uma ideia mais clara da importância deste crescimento, atente-se que, em 2016, os proveitos tinham somado 228,1 milhões de euros: menos 50 milhões que em 2018.
Visitantes nacionais com forte interesse pela região
Os números positivos da região devem-se, em grande parte, às dormidas dos visitantes de dentro do país. Estas aumentaram de forma expressiva: tinham sido 2.895.259 dormidas em 2017; foram 3.043.481 em 2018. Uma subida de 5,1%, que mostra que o território do Centro de Portugal cativa cada vez mais visitantes oriundos de outras regiões do país.
Em contraste com estes indicadores animadores, as dormidas de visitantes de fora do país desceram, o que se explica facilmente pelo efeito da visita do Santo Padre. Em 2017, registou-se um total de 2.794.805 de dormidas de visitantes oriundos de fora de Portugal; em 2018, esse número desceu para 2.476.557: menos 11,4%.
No entanto, comparadas as dormidas de fora do país entre 2016 e 2018, há uma subida de 16,4% - mais uma evidência de que 2017 foi um ano que superou qualquer tendência, devido à peregrinação do Centenário.
No total, as dormidas de residentes e de não residentes somaram 5.690.064 em 2018, uma diminuição de 3% em relação às 5.520.038 de 2017.
Ainda digno de destaque é também o facto de as dormidas totais nos dois últimos meses do ano de 2018 (Novembro e Dezembro) terem sido superiores aos mesmos meses de 2017: 619.586 contra 647.176, uma subida de 4,6%.
Ressalve-se novamente, no entanto, que todos os números de 2018 são provisórios e pecam por defeito.
“Os resultados agora conhecidos são extremamente motivadores para a atividade turística no Centro de Portugal. Depois de um ano verdadeiramente excecional de 2017, em que a visita do Santo Padre e o Centenário das Aparições fizeram disparar todos os recordes na região, seria de esperar que houvesse algum abrandamento em 2018. Esse abrandamento aconteceu na fase inicial do ano, mas os últimos meses foram de franca recuperação, tanto a nível de turismo interno como de visitantes de fora do país”, sublinha Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal e da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal.
“Estão de parabéns os empresários da região, que não se poupam a esforços para encontrar novos produtos turísticos que atraiam visitantes, assim como estão de parabéns a entidade regional de Turismo, as autarquias e as comunidades intermunicipais, organismos alinhados no objetivo comum de fazer crescer de ano para ano a notoriedade e a atratividade do Centro de Portugal. Os resultados desse trabalho, tanto a nível da qualificação como da diversidade da oferta, estão à vista e enchem-nos a todos de satisfação”, acrescentou.
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