A
iniciativa contou com a presença da presidente da Câmara Municipal,
Helena Teodósio, que esteve acompanhada na mesa de honra por
oradores portadores de deficiência, designadamente Luís Pinto,
Lurdes Breda, Rui Pedro Gaspar e, em representação de Tiago
Miranda, o “Tiagolas”, o seu pai, Manuel Miranda.
Na
ocasião, a líder do executivo camarário enalteceu os
intervenientes pelo seu “exemplo
de superação e pelos percursos de vida, pessoal e profissional, sem
nunca se terem deixado vencer pela adversidade e ultrapassando os
obstáculos com coragem e grande resiliência”.
A autarca salientou “a
importância dos seus testemunhos para desmistificar certos conceitos
ultrapassados relativamente ao modo de lidar com os cidadãos
portadores de deficiência” e
referiu “a necessidade de as
entidades públicas cuidarem de criar condições mais inclusivas
para quem sofre de algum tipo de limitação”. Aliás, foi para
refletir sobre os desafios inerentes a esta questão e para
perspetivar a melhor forma de lhes dar resposta que a Câmara de
Cantanhede organizou as Jornadas
da Inclusão”, sublinhou Helena Teodósio.
Pelo
“Tiagolas”, portador de deficiência mental e cognitiva que
atinge os 96%, falou o pai, Manuel Ribeiro Miranda, professor
aposentado de 78 anos e autor de três livros que abordam a temática
da deficiência: “Tiagolas e
outras histórias”, “Autonomia
para a inclusão: a importância da educação”
e “Fisgadas pela Inclusão”.
Outro
participante foi Rui Pedro Gaspar, nascido em 1987 e residente em
Cadima. Segundo filho de uma família de cinco pessoas, desde muito
cedo venceu a sua primeira batalha, tendo vitoriosamente saído do
hospital onde teve de ser internado logo à nascença por ser
portador de espinha bífida e hidrocefalia.
Aos
10 anos de idade deixou de usar um andarilho e passou a andar com
canadianas, depois de vencer o medo de as usar. Depois de ter
concluído o ensino secundário, ingressou no Instituto Superior de
Contabilidade e Administração de Coimbra, no Curso de Gestão de
Empresa, tendo mudado, no ano seguinte, para a Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra, onde concluiu a licenciatura em Gestão,
em 2016. Nesse mesmo ano ingressou na Pós-Graduação em Marketing,
que terminou em 2018. Atualmente, está no início de uma nova
aventura, tendo-se mudado para Lisboa, para iniciar uma formação em
contexto de trabalho no BNP Paribas, Banco de Investimento Francês.
Lurdes
Breda nasceu em 1970, no concelho de Montemor-o-Velho. Com uma
malformação física, Lurdes Breda nasceu sem pernas e apenas com um
braço. É conhecida, sobretudo, como escritora de livros para
crianças e jovens, sendo autora de vinte e quatro obras e coautora
de outras onze, editadas em Portugal, no Brasil e em Moçambique. O
seu livro “O Alfabeto Trapalhão” é um dos livros aconselhados
pela “Casa da Leitura”, da Fundação Calouste Gulbenkian
Lurdes
Breda foi premiada em vários certames literários nacionais e
internacionais. Em 2005 foi distinguida com o Prémio “Mulheres de
Valor” e, em 2014, recebeu a Medalha de Mérito Municipal Cultural.
Pertence ao Grupo Poético de Aveiro e é membro efetivo da
Confraria Cultural Brasil-Portugal. Participa em atividades que visam
a integração da pessoa com deficiência na sociedade e a promoção
do livro e da leitura em inúmeras escolas e bibliotecas.
Luis
Filipe Domingues Pinto nasceu em 1961, em Leiria. Irreverente e
permanentemente insatisfeito, Luís Pinto surge na escola do 1º
ciclo como um futebolista de referência e um líder que se impunha
pelas suas ideias. Aos 13 anos fundou a primeira associação juvenil
portuguesa, o “Clube Académico de Leiria”; aos 15 anos, a RTP
selecionou uma proposta sua para realização de um programa juvenil
que coordenou e inicia militância partidária, atingindo rapidamente
a liderança em diferentes cargos locais, distritais e nacionais. Aos
16 anos, foi eleito Presidente de Associação de Estudantes. Foi
treinador e árbitro de andebol, praticante de atletismo e dirigente,
entre muitos outros exemplos, do CNJ, FNAJ, Associações de Andebol,
Basquetebol, Natação e Taekwondo. Foi o responsável por trazer
para Portugal o andebol de praia em 1994 e, nos aos 80, os mais
atrevidos e revolucionários Campos de Férias, produzindo dezenas de
concertos. Luís Pinto é
deputado municipal desde os 19 anos e técnico do IPDJ (Instituto
Português do Desporto e Juventude).
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