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O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) desconvocou hoje a greve marcada para dia 23 e anunciou "um acordo histórico", após uma reunião com o Governo e com a associação patronal ANTRAM.
"Conseguimos fechar um acordo histórico, tanto a nível financeiro como não financeiro, com grande reconhecimento da carreira profissional", disse à Lusa o vice-presidente da SNMMP, Pedro Pardal Henriques, no final da reunião que decorreu no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa.
"Por essa razão, é desconvocada a greve que estava prevista para dia 23", adiantou o dirigente do sindicato.
A reunião foi convocada a meio da tarde de quinta-feira e o encontro contou a presença do ministro, Pedro Nuno Santos, e com representantes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), com o acordo a ser alcançado já esta madrugada.
Pardal Henriques explicou à Lusa que o acordo inclui as reivindicações ao nível da progressão salarial e a proibição da circulação de matérias perigosas aos domingos e feriados.
"Há um acordo para a progressão salarial que começa em janeiro com uma remuneração base que começa em 1.400 euros por mês e inclui um prémio especial para os motoristas de matérias perigosas, sendo que se partia de 630 euros fixos e passa-se para 1.400 euros fixos divididos por várias rubricas", detalhou.
Por outro lado, o vice-presidente da SNMMP acrescentou que "ficou decidida uma progressão anual em 2021 e 2022, que ronda os 100 euros/ano, acrescida de uma indexação ao aumento do salário mínimo nacional".
Quanto à redução da idade de reforma, a reivindicação continua em cima da mesa e será alvo de negociações com a ANTRAM, partidos e Governo, declarou.
"Conseguimos ainda um compromisso extremamente importante com o Governo de proibir a circulação de matérias perigosas aos domingos e feriados, o que acontece já na Europa, o que vai permitir que os motoristas possam descansar e estar com as famílias nesses dias, algo que não sabiam o que era há mais de 20 anos", frisou.
O SNMMP foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada a 15 de abril último, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.
Lusa
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