O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realizou hoje um cateterismo cardíaco que revelou "obstruções coronárias importantes", logo "tratadas no mesmo procedimento, com sucesso", informou hoje o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
Segundo um comunicado do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, do qual faz parte Hospital de Santa Cruz, onde o Marcelo Rebelo de Sousa deu entrada hoje cerca das 12:00, "prevê-se uma recuperação total em prazo muito curto, com retoma da atividade normal no próximo fim de semana".
"No exame confirmou-se a existência de obstruções coronárias importantes que foram tratadas no mesmo procedimento, com sucesso e sem complicações", lê-se no mesmo comunicado, divulgado no portal da Presidência da República na Internet.
Nesta nota, é referido que o chefe de Estado "realizou recentemente exames diagnósticos que sugeriram a necessidade de realização de um cateterismo cardíaco, que realizou hoje na Unidade de Intervenção Cardiovascular do Hospital de Santa Cruz".
Este comunicado é subscrito por uma equipa médica composta por Manuel Almeida, cardiologista de intervenção, Victor Machado Gil, cardiologista assistente, Miguel Mendes, diretor do serviço de cardiologia Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, e por Daniel de Matos, médico de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República, que assina como médico assistente.
O próprio Presidente da República anunciou hoje, em declarações à SIC, à chegada do Hospital de Santa Cruz, em Oeiras, no distrito de Lisboa, que iria dar entrada nesta unidade hospitalar para fazer um cateterismo, sem anestesia geral, para "analisar o estado em que se encontra um determinado vaso sanguíneo, um preciso", sem especificar qual.
Declarando-se "muito tranquilo", Marcelo Rebelo de Sousa explicou que, em função do resultado, poderia ser feita logo no momento "uma intervenção muito pequena, imediata, que é colocar 'stent', um ou mais", considerando menos provável que pudesse vir a ser necessária "uma intervenção de maior fôlego, imediata ou a prazo".
O Presidente da República tinha revelado há cerca de três semanas, no programa da SIC Alta Definição, que iria realizar em breve um cateterismo, marcado após exames de cardiologia que "genericamente estão bem, mas restou uma dúvida", que decidiu fazer por haver na sua família um histórico de problemas cardíacos.
O chefe de Estado adiantou que esse exame com recurso a um cateter seria "para ver em relação a um determinado vaso sanguíneo em que há acumulação de cálcio se essa acumulação de cálcio está num grau que é excessivo, se não está num grau que é excessivo, e o que é que isso significa".
O vaso sanguíneo em causa situa-se "não no coração, não em tudo o que é fundamental, a começar nas carótidas para a irrigação do cérebro - a cabecinha é fundamental para o exercício desta função", referiu, na altura.
Neste contexto, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que a sua saúde será um fator determinante para a sua decisão sobre uma recandidatura ao cargo de Presidente da República, sobretudo tendo em conta o seu "estilo de presidência, que é uma presidência próxima, também fisicamente".
Estas declarações abriram o Jornal da Noite da SIC no dia 10 de outubro e a sua entrevista ao programa Alta Definição, de Daniel Oliveira, foi emitida na íntegra no dia 12 de outubro.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, como Presidente da República, tem a obrigação de cuidar da sua saúde e reafirmou o entendimento de que os políticos em funções de responsabilidade como a chefia do Estado não devem omitir eventuais problemas de saúde, têm o dever de os tornar públicos.
Durante o seu mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa foi já submetido a uma cirurgia, no dia 28 de dezembro 2017. O chefe de Estado foi operado de urgência a uma hérnia umbilical, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde ficou internado até ao final do ano, o que o obrigou a cancelar vários pontos de agenda e a abrandar o ritmo nas semanas seguintes.
Lusa / Madremedia
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