Uma vida de sofrimento, mas impregnada na alegria de alma que se obtém na aceitação do sacrifico em inteira conformidade com a vontade de Deus
- Fonte: Revista Catolicismo, Nº 844, abril/2021*
Neste mundo descristianizado, a imensa maioria das pessoas foge da Cruz e procura os prazeres. Mas não encontra a felicidade almejada, a qual só se obtém nas vias traçadas por Deus para cada um individualmente. É no cumprimento do dever, muitas vezes exercido em meio a sofrimentos, que se encontra a verdadeira felicidade.
A imagem de uma rosa entre espinhos mostra bem que na aceitação dos sofrimentos permitidos pela Divina Providência se pode levar uma vida impregnada de alegrias espirituais e consolações. Quando o católico segue o rumo apontado por Deus, chega ao final da vida prelibando as alegrias e felicidades que terá no Céu por toda a eternidade.
Não as tem aquele que vive unicamente para o gozo da vida; pois, ao chegar ao fim de sua carreira, carregado de remorsos, sentirá um vazio na alma por ter escolhido caminho oposto ao indicado por Deus. Afirmou o mártir São Pedro Poveda: “Sem cruz não se terá a chave para abrir as portas do Céu”.
No século passado, conhecida apenas na intimidade de sua ilustre família, viveu na capital paulista uma menina que entendeu admiravelmente bem tudo isso. Em sua breve vida, levada com uma grandeza de alma que a todos surpreende e arrebata, ela amou e aceitou inteiramente a Cruz que Deus colocou sobre seus frágeis ombros. Estamos nos reportando à encantadora Teresinha Setúbal, filha muito querida de Da. Francisca de Sousa Aranha Setúbal [ao lado, foto no dia do casamento] e do célebre escritor Paulo Setúbal, membro da Academia Brasileira de Letras.
Essa admirável menina paulista, falecida com apenas 14 anos, teve sua vida atravessada pelas tempestades e pelos espinhos dos sofrimentos, mas iluminada pela Paixão e pela Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela tudo suportou, muito unida ao Menino Jesus e à sua Mãe Santíssima, e confortada por ambos.
Procurando sempre o melhor para a boa formação espiritual de seus leitores, a revista Catolicismo deste mês [capa acima] publica alguns aspectos dessa vida inédita, na matéria de capa deste número. Em episódios comoventes, ver-se-á quanta alegria de alma se tem ao aceitar o sacrifício, em inteira conformidade com a vontade de Deus.
A vida dessa virtuosa e inocente menina foi toda coroada por uma felicidade interior, ausente naqueles que só buscam os prazeres da vida. Quando fez a sua Primeira Comunhão, aos oito anos, Teresinha afirmou: “Foi o dia da ‘minha felicidade’. Eu senti o Céu dentro do meu coração, entreguei-me ao Menino Jesus, e compreendi tudo”. Noutra ocasião, sofrendo atrozmente e quase agonizando em seu leito de dor, disse à sua mãe: “Ouça, minha mamãezinha, eu sou a menina mais feliz, veja bem, a mais feliz do mundo”.
Sirva de exemplo para os nossos leitores, e para os brasileiros em geral, a dolorosa e fascinante vida da pequena Teresa, nascida neste País batizado com o nome de Terra de Santa Cruz e iluminado pelo Cruzeiro do Sul, mas que precisa ser recristianizado.
ABIM
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