Fico sempre incomodado quando vejo os nossos governantes a vender gato por lebre. Até poderia achar que apenas pretendem ‘animar a malta’. Mas, tenho sérias dúvidas que seja esse o melhor caminho. É que a mentira tem perna curta.
Apetece-me tapar os olhos quando leio afirmações de governantes a jurar com todos os dentes que estamos a recuperar muito bem! Ora, a verdade diz o oposto. Somos dos países da União Europeia com uma das mais baixas taxas de recuperação económica da crise pandémica. No panorama geral, na criação de riqueza já fomos ultrapassamos por países do Leste (da ex-União Soviética), que estavam na cauda do desenvolvimento. A verdade é que (já!) estamos ao nível da Roménia! Um destes dias acordamos e percebemos que somos o país mais pobre da Europa! Já faltou mais, e a continuar assim vamos no bom (… mau) caminho!
Produzimos pouco. Criamos pouca riqueza. A Eurolândia anda há cerca de um quarto de século a investir para que nos aproximemos da média europeia. Esta meta está cada vez mais distante!
Por que raio não saímos desta roda podre?! Somos malandros? Não! Podemos ter salários pobres, mas somos um povo trabalhador! Então, somos inferiores aos outros em quê?! Que se passa?! Que temos que fazer?
Por muita que pintem a parede podre, o que não pode ser desmentido é que cada vez estamos mais longe dos níveis de criação de riqueza dos países europeus. Por isso me irritam os vendedores de banha da cobra, que se esquecem que a verdade é como o azeite!
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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