O Chega reagiu ao relatório da Comissão Independente para os Estudos dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica. André Ventura falou num tema que pode "unir a esquerda e a direita" e aproveitou para defender a castração química de pedófilos.
Numa primeira reação ao relatório da Comissão Independente que estuda abusos sexuais de menores na Igreja Católica, André Ventura reconhece que "deixa-nos a todos ensombrados e tristes". O líder do Chega falou ainda da prescrição destes crimes e da castração química.
O presidente do Chega apelou ao Ministério Público para que "atue rapidamente" relativamente aos abusos na Igreja Católica, pedindo uma "união na Assembleia da República" para que se aumente o prazo de prescrição, visto que há muitas vítimas que apenas têm condições de falar sobre os abusos anos depois de terem acontecido.
Há aqui dois reptos que eu, a par da minha tristeza pessoal, acho que ficam para o futuro. O repto ao Ministério Público para que atue rapidamente agora com os dados que temos, sobre os casos em que ainda é possível atuar dentro do prazo de prescrição", apelou. O segundo repto deixado pelo presidente do Chega foi para "uma união na Assembleia da República" de forma que se aprove um projeto que já tinha sido apresentado pelo partido para aumentar "o prazo de prescrição destes crimes e para começar a contar-se o prazo desses crimes aos 30 anos da vítima".
O líder do Chega volta a defender a "castração química de pedófilos", que André Ventura considera ser uma medida eficaz no combate ao abuso sexual de menores e à pedofilia.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou esta segunda-feira o coordenador Pedro Strecht, que referiu ainda que esta comissão enviou para o Ministério Público 25 casos.
Os casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a própria sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
SIC Notícias
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