De Lisboa a Atenas, há diversas manifestações marcadas contra o agravamento do custo de vida. Em França, a contestação prevista motivou medidas antivandalismo.
Este Primeiro de Maio em França antevê-se tenso em diversas capitais europeias, sobretudo em Paris, e tem por base a primeira manifestação de 500 mil trabalhadores ocorrida em Chicago, em 1886.
O protesto norte-americano foi replicado em França em 1891, com um balanço trágico na altura, mas que viria a contribuir para a consagração, em 1919, do feriado a 1 de maio pelo Senador gaulês e à ratificação das oito horas de trabalho diário.
Este ano, cerca de 12 mil polícias e guardas nacionais estão mobilizados, incluindo cinco mil só na capital de França, onde as autoridades preveem 80 a 100 mil pessoas nas ruas, incluindo os já habituais grupos violentos da extrema-esquerda ou os "black blocs", responsáveis por diversos atos de vandalismo por todo o país sempre que há grandes manifestações contra o governo.
De acordo com os sindicatos gauleses, poderá haver até um milhão e meio de vozes a fazer-se ouvir por toda a França, numa manifestação que prevê "inédita e excecional" neste Dia do Trabalhador, ainda com a nova idade da reforma, que mudou por decreto dos 62 para os 64 anos, no centro dos protesto.
Dia do Trabalhador com novidades em Portugal
Em Portugal, onde o Dia do Trabalhador se celebra desde 1890, acontecem hoje também várias manifestações. Este ano o agravamento do custo de vida é o mote, expresso em palavras de ordem por “mais salário, mais direitos, melhores pensões”, promete a intersindical CGTP.
Isto num dia em que entra em vigor em Portugal a chamada Agenda do Trabalho Digno e de Valorização dos Jovens no Mercado de Trabalho. São 70 medidas com alterações nos contratos de trabalho, nos despedimentos e nos direitos dos Trabalhadores. A saber, algumas:
- Os contratos a termo passam a ser limitados a quatro, se a função do trabalhador se mantiver e mesmo que o empregador mude;
- O período experimental é reduzido para jovens que já tenham experiência anterior na função;
- Trabalhadores-estudantes passam a poder acumular o salário com o abono de família e as bolsas de estudo;
- Os estágios profissionais passam a ser pagos pelo menos a 80% do salário mínimo nacional;
- A cessação dos contratos a termo duplica a compensação;
- A licença de luto por morte do cônjuge é alargada de cinco para 20 dias;
- Os trabalhadores passam a poder obter baixas médicas de até três dias diretamente pela Internet no SNS24, num máximo de duas por ano, mas não remuneradas;
- Cuidadores informais passam a poder usufruir de teletrabalho, horário flexível ou tempo parcial, e ainda de proteção contra o despedimento ou discriminação.
- Mais informação aqui sobre a Agenda de Trabalho Digno e de Valorização dos Jovens no Mercado de Trabalho.
Francisco Marques/Euronews
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