Najla Passos – Carta Maior
O grupo de senadores que defende eleições presidenciais antecipadas para outubro deste ano encaminha uma carta à presidenta Dilma Rousseff, nesta quita (28), pedindo que ela adira à proposta que, segundo eles, é a única capaz de unificar o país. Segundo o senador João Capiberibe (PSB-AM), o grupo reune senadores favoráveis e contrários a imepachment. “O que nos une é a convicção de que o povo deve arbitrar a crise”, explicou.
Na quarta (27), os senadores se reuniram com os principais líderes das pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial e observaram reações diversas. A ex e futura candidata ao Planalto pela Rede Solidariedade, Marina Silva, aderiu de pronto. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ela já vinha manifestando publicamente sua opção pelas Eleições Já como saída possível para a crise política.
Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG), último colocado entre os três nas pesquisas pré-eleitorais, reafirmou o compromisso prioritário do seu partido com a agenda do impeachment. A posição foi confirmada por outros caciques tucanos, como os senadores Aloysio Nunes (SP) e Tarso Jereissati (CE), que se manifestaram simpáticos à ideia de novas eleições, mas disseram que preferem esperar a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da chapa Dilma-Temer.
A posição que mais surpreendeu o grupo foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, conforme Capiberibe, se mostrou simpático à ideia, embora tenha afirmado que precisaria discuti-la primeiro com seu partido e com a principal vítima do golpe em curso, a presidenta Dilma Rousseff. Inclusive, segundo o senador, partiu de Lula a ideia de que o grupo encaminhasse a carta à presidenta.
Na quarta (27), os senadores se reuniram com os principais líderes das pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial e observaram reações diversas. A ex e futura candidata ao Planalto pela Rede Solidariedade, Marina Silva, aderiu de pronto. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ela já vinha manifestando publicamente sua opção pelas Eleições Já como saída possível para a crise política.
Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG), último colocado entre os três nas pesquisas pré-eleitorais, reafirmou o compromisso prioritário do seu partido com a agenda do impeachment. A posição foi confirmada por outros caciques tucanos, como os senadores Aloysio Nunes (SP) e Tarso Jereissati (CE), que se manifestaram simpáticos à ideia de novas eleições, mas disseram que preferem esperar a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da chapa Dilma-Temer.
A posição que mais surpreendeu o grupo foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, conforme Capiberibe, se mostrou simpático à ideia, embora tenha afirmado que precisaria discuti-la primeiro com seu partido e com a principal vítima do golpe em curso, a presidenta Dilma Rousseff. Inclusive, segundo o senador, partiu de Lula a ideia de que o grupo encaminhasse a carta à presidenta.
Café com Lula
Os senadores se reuniram com Lula para um café da manhã na casa da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Segundo ela, o ex-presidente “ouviu muito e falou pouco, até porque estava muito rouco”. Além da anfitriã e de Capeberibe, participaram os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Wellington Fagundes (PR-MT), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e João Viana (PT-AC), o segundo petista a aderir à proposta.
O primeiro foi Paulo Paim (PT-RS), considerado um “desgarrado”pelos membros do partido.
“Esta é uma proposta que unifica as ruas. A população quer votar”, afirmou ele. Para o petista desgarrado, um eventual governo Temer trará prejuízos irreparáveis para a classe trabalhadora brasileira, como sinalizam as propostas contidas no documento “Ponte para o futuro”, o programa eleitoral do golpista. “Entre o ótimo e o bom, fico com o bom. E o bom hoje é eleição em outubro para presidente e vice”, justificou.
Segundo Capiberibe, os senadores petistas têm se manifestado publicamente contra a proposta, mas não a descartam como última opção, dado que está cada dias mais claro que o partido não conseguirá deter vencer a batalha do impeachment no Senado. Por isso, a avaliação dos senadores é a de que, se Lula encampar a proposta, os demais adiram imediatamente.
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, acompanhou Lula ao café, mas preferiu não se manifestar sobre a proposta.
Contra o golpe, eleições já
A proposta de antecipar as eleições presidenciais está materializada na PEC 20/2016, subscrita por 30 senadores, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na Carta à Dilma, porém, os senadores apresentam mais duas opções para que o executivo possa viabilizar a ideia: convocar plebiscito popular ou encaminhar proposta própria nos mesmos termos.
“O impeachment é a opção pelo confronto e, qualquer que seja o resultado, não resolverá a crise. Nós precisamos promover o diálogo nacional”, afirmou Capiberibe. Segundo ele, o grupo dos favoráveis à Campanha está crescendo rápido. “O grupo está crescendo. Nós começamos com sete e agora já temos 12 no núcleo duro”, explicou.
Para a senadora Lídice da Mata, o provável governo do vice Michel Temer não terá condições políticas de tirar o país da crise. “Ele é sócio das chamadas pedaladas fiscais, se formos considerá-las como razão para impeachment. Além disso, também investigado pela Operação Lava Jato”, observou.
Criticando o tratamento diferenciado que a Câmara deu à Dilma e a Temer, o senador Randolfe Rodrigues avaliou que o segundo não possui legitimidade alguma para assumir a presidência. “Ele não teve um voto sequer agora e, quando disputou para deputado, só foi eleito na sobra do coeficiente eleitoral”, observou.
Para ele, o provável governo Temer será também o governo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente da Câmara investigado por corrupção em pelo menos seis processos já instaurados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Estão montando uma verdadeira colisão do crime para presidir o país. Precisamos evitar isso”, alertou.
Fragilidade evidente
A principal fragilidade da proposta de antecipação das eleições reside justamente no fato de que ela é tão seletiva quanto os processo políticos diversos que resultaram na crise atual: mira apenas o executivo federal, enquanto o legislativo permanece inabalável.
A justificativa do conjunto de senadores é que uma proposta de eleições gerais não passaria pelo congresso. “O ideal seria eleições gerais para todos os cargos, inclusive deputados e senadores. Nós estaríamos dispostos a abrir mão dos nossos mandatos. Mas essa não é a realidade de outros parlamentares. Esta não é a realidade da Câmara do Eduardo Cunha”, justificou Randolfe.
Os senadores se reuniram com Lula para um café da manhã na casa da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Segundo ela, o ex-presidente “ouviu muito e falou pouco, até porque estava muito rouco”. Além da anfitriã e de Capeberibe, participaram os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Wellington Fagundes (PR-MT), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e João Viana (PT-AC), o segundo petista a aderir à proposta.
O primeiro foi Paulo Paim (PT-RS), considerado um “desgarrado”pelos membros do partido.
“Esta é uma proposta que unifica as ruas. A população quer votar”, afirmou ele. Para o petista desgarrado, um eventual governo Temer trará prejuízos irreparáveis para a classe trabalhadora brasileira, como sinalizam as propostas contidas no documento “Ponte para o futuro”, o programa eleitoral do golpista. “Entre o ótimo e o bom, fico com o bom. E o bom hoje é eleição em outubro para presidente e vice”, justificou.
Segundo Capiberibe, os senadores petistas têm se manifestado publicamente contra a proposta, mas não a descartam como última opção, dado que está cada dias mais claro que o partido não conseguirá deter vencer a batalha do impeachment no Senado. Por isso, a avaliação dos senadores é a de que, se Lula encampar a proposta, os demais adiram imediatamente.
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, acompanhou Lula ao café, mas preferiu não se manifestar sobre a proposta.
Contra o golpe, eleições já
A proposta de antecipar as eleições presidenciais está materializada na PEC 20/2016, subscrita por 30 senadores, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na Carta à Dilma, porém, os senadores apresentam mais duas opções para que o executivo possa viabilizar a ideia: convocar plebiscito popular ou encaminhar proposta própria nos mesmos termos.
“O impeachment é a opção pelo confronto e, qualquer que seja o resultado, não resolverá a crise. Nós precisamos promover o diálogo nacional”, afirmou Capiberibe. Segundo ele, o grupo dos favoráveis à Campanha está crescendo rápido. “O grupo está crescendo. Nós começamos com sete e agora já temos 12 no núcleo duro”, explicou.
Para a senadora Lídice da Mata, o provável governo do vice Michel Temer não terá condições políticas de tirar o país da crise. “Ele é sócio das chamadas pedaladas fiscais, se formos considerá-las como razão para impeachment. Além disso, também investigado pela Operação Lava Jato”, observou.
Criticando o tratamento diferenciado que a Câmara deu à Dilma e a Temer, o senador Randolfe Rodrigues avaliou que o segundo não possui legitimidade alguma para assumir a presidência. “Ele não teve um voto sequer agora e, quando disputou para deputado, só foi eleito na sobra do coeficiente eleitoral”, observou.
Para ele, o provável governo Temer será também o governo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente da Câmara investigado por corrupção em pelo menos seis processos já instaurados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Estão montando uma verdadeira colisão do crime para presidir o país. Precisamos evitar isso”, alertou.
Fragilidade evidente
A principal fragilidade da proposta de antecipação das eleições reside justamente no fato de que ela é tão seletiva quanto os processo políticos diversos que resultaram na crise atual: mira apenas o executivo federal, enquanto o legislativo permanece inabalável.
A justificativa do conjunto de senadores é que uma proposta de eleições gerais não passaria pelo congresso. “O ideal seria eleições gerais para todos os cargos, inclusive deputados e senadores. Nós estaríamos dispostos a abrir mão dos nossos mandatos. Mas essa não é a realidade de outros parlamentares. Esta não é a realidade da Câmara do Eduardo Cunha”, justificou Randolfe.
Créditos da foto: Lula Marques
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