Imagem:tsf.pt |
Um grupo de
camponeses encontrou na quarta-feira uma vala comum com mais de cem corpos na
zona 76, no posto administrativo de Canda, Gorongosa, centro de Moçambique,
disse hoje à Lusa um dos agricultores que fez a descoberta.
A vala foi
descoberta numa área que foi utilizada para a extração de areia para a
reabilitação da N1, a principal estrada de Moçambique, num lugar próximo de uma
mina de extração ilegal de ouro, entretanto abandonada devido à escalada da violência
militar na região.
"A vala
tem cerca de 120 corpos, uns já em ossadas e outros ainda em
decomposição", disse à Lusa um dos camponeses, sem precisar se os corpos
tinham marcas de balas, suspeitando apenas que foram descarregados por viaturas
devido a sinais de manobras no local.
Apesar de não
haver qualquer indício que relacione esta vala com a atual crise militar em
Moçambique, um outro camponês que esteve no local lembrou a onda de perseguição
e execuções por razões políticas e que a região tem sido palco de combates
entre a ala militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal
partido da oposição, e forças governamentais.
"Não há
vestígios militares visíveis e alguns corpos estão sem roupas", descreveu
um camponês.
Em declarações
hoje à Lusa, Manuel Jamaca, administrador da Gorongosa, não confirmou nem
desmentiu a descoberta da vala, apelando ao grupo dos camponeses para
contactarem as autoridades para ajudar na investigação deste caso.
O Governo e a
Renamo têm-se acusado mutuamente de homicídios e raptos dos seus membros, ao
mesmo tempo que se intensificaram nos últimos meses os confrontos militares no
centro do país.
Moçambique
vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças
de defesa e segurança e o braço armado da Renamo e ataques em vários troços das
principais estradas do país na região centro atribuídos pelas autoridades ao
partido de oposição.
A crise foi
desencadeada pela recusa da Renamo em reconhecer a derrota nas eleições gerais
de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica
vitória nas urnas.
Fonte: jn
Nenhum comentário:
Postar um comentário