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Por 367 votos
a favor, mais 25 dos que os 342 necessários, a destituição da presidente foi
aprovada e segue agora para a Câmara Alta do Congresso Nacional que deve
ratificar a decisão dia 11 de Maio. O vice-presidente Michel Temer já é o
virtual presidente do Brasil.
A Câmara dos
Deputados do Brasil votou favoravelmente o “impeachment” da presidente Dilma
Rousseff por 367 votos a favor, mais 25 do que os 342, equivalente a dois
terços dos 513 parlamentares, que eram necessários, nesta madrugada, em
Brasília. Numa longa sessão que demorou quase 10 horas, ficou decidido enviar a
decisão da queda de Dilma para o Senado Federal. A sessão decisiva está
prevista para dia 11 de Maio.
Lá, bastará à
oposição conseguir uma maioria simples dos votos dos 81 senadores para que a
presidente caia e Michel Temer, o actual vice-presidente, assuma a direcção do
Palácio do Planalto. Por agora, as primeiras sondagens aos senadores dão conta
de que uma larga maioria de 47 votará pela destituição, apenas 20 defenderá o
mandato de Dilma, estando os restantes indecisos. A confirmar-se, o
“impeachment” prospera em definitivo.
Ou seja, o
passo mais importante para a queda de Dilma, do Partido dos Trabalhadores (PT),
está dado. É convicção da maioria dos observadores, da oposição e até do
Governo que o Senado só ratificará a decisão tomada pela Câmara dos Deputados
de fazer cair Dilma, 23 anos depois do então presidente Collor de Mello, ter
sido destituído noutro processo de “impeachment”, e lançar Temer, do Partido do
Movimento da Democracia Brasileira (PMDB), ex-aliado do Governo, para o mais
alto cargo da nação.
Os trabalhos
iniciaram-se sexta-feira antes das 9h00 e não foram interrompidos até às 23
horas de domingo, horas locais. Entre discursos acalorados, muitos cânticos e
palavras de ordem, faixas e cartazes, só minutos antes do início da votação
chegou a haver tumultos com empurrões entre oposicionistas e governistas sob o
olhar de Eduardo Cunha, presidente da Câmara e, ele próprio, foco de tensão por
ser investigado na Operação Lava-Jato.
À hora a que o
deputado Bruno Araújo, do oposicionista Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), votou e atingiu os 342 votos necessários, por todo o Brasil os que
desejavam a queda de Dilma festejaram com os tradicionais “panelaços” e
foguetórios enquanto acompanhavam os detalhes da votação em directo pelas
cadeias de televisão. Araújo foi até levado em ombros por colegas anti-Dilma.
Mas apesar de
haver quase 100 manifestações no país contra e a favor do “impeachment”, não há
registo, pelos menos por agora, de incidentes relevantes. Em cidades como
Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, que tinham protestos anti-destituição e
anti-Governo muito próximos, a segurança havia sido reforçada.
Dilma foi
eleita em 2010, sucedendo a oito anos de governo de Lula da Silva, o seu
padrinho político. Chegou a ter índices de popularidade muito elevados – 78%–
durante o início do seu consulado, quando promoveu uma “limpeza ética”,
demitindo sete ministros por corrupção.
A partir da
Taça das Confederações de futebol, onde protestos contra o custo dos
transportes em São Paulo ganharam repercussão nacional, a aprovação de Dilma
começou a cair. Mas não o suficiente para a impedir de vencer, com 52% (54
milhões de votos) a eleição presidencial de 2014 à frente de Aécio Neves, candidato
do PSDB. A partir do início do segundo mandato, o agravamento da crise
económica para indicadores negativos recorde e uma guerra política feroz
promovida pelo presidente da Câmara dos Deputados prejudicou Dilma.
A tudo isso,
somou-se a Operação Lava-Jato que atingiu centenas de políticos e empresários,
alguns deles do círculo muito próximo da presidente, entre os quais o próprio
Lula.
A debandada do
PMDB do Governo fragilizou o PT e a Presidente, terminando com o desenlace
desta madrugada.
Fonte: rr.sapo.pt
Comentário: por
Deus, pela Pátria e pela Família, estas as frases que mais se ouviram para
justificar a votação a favor ou contra Dilma Rousseff. É curto, tem sabor a
acre, a vingança, ódio, e sede de conquistar o poder custe o que custar, como
se diz em Portugal.
Que lição se pode tirar deste "circo politico"? Peça de teatro bem encenada.
J. Carlos
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