Uma representante do movimento
"Defesa da Escola Ponto" foi recebida em Coimbra, pelo
primeiro-ministro, afirmando que António Costa disse que "cada caso de
cada escola seria analisado".
Depois de ter assistido à cerimónia de
atribuição do título de 'doutor honoris causa' a António Guterres, o
primeiro-ministro recebeu a representante do movimento "Defesa da Escola
Ponto" Sandra Strecht, que lhe entregou um manifesto das escolas do ensino
privado.
"Obviamente que nós e o Governo
temos interpretações diferentes relativamente aos contratos assinados pelo
Estado. O senhor primeiro-ministro está neste momento a dizer que existem
opções relativamente ao 7.º ano de contratos simples ou outras situações",
disse aos jornalistas Sandra Strecht.
O que foi acordado com António Costa
"é que cada caso de cada escola seria analisado", acrescentou.
Segundo a representante do movimento,
que promoveu uma manifestação à chegada e saída do primeiro-ministro à
Universidade de Coimbra (UC), as escolas particulares sentem "muitas
injustiças" e que cada instituição "irá demonstrar a sua situação e a
sua realidade à secretária de Estado".
Durante o encontro com António Costa,
Sandra Strecht disse ter demonstrado "a indignação" das escolas e
alertou para uma "situação muito complicada a nível social", face a
"despedimentos de professores e de funcionários e deslocalização de
escolas".
A representante saiu do encontro
"com vontade de lutar até ao fim", referindo que, durante a conversa
que teve com o primeiro-ministro, este sublinhou que o Governo tem "uma
interpretação diferente" dos contratos de associação face ao anterior
executivo e que a prioridade passa pela escola pública.
"Vamos utilizar todos os meios
necessários" para continuar a luta, frisou Sandra Strecht.
Os cerca de 300 manifestantes que
protestavam em defesa do financiamento público de escolas privadas tiveram
ainda esperança de que o Presidente da República, no final da cerimónia que
decorreu na Universidade de Coimbra, falasse com eles.
Pais, alunos e professores gritaram
repetidamente "Marcelo", assim que o carro do Presidente da República
saiu da Universidade, mas este não parou junto da manifestação.
Em declarações aos jornalistas, no final
da cerimónia da UC, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "é preciso ir
mantendo paciência e espírito democrático", considerando que "tudo
demora o seu tempo".
No final da cerimónia de atribuição do
título de 'doutor honoris causa' ao ex-alto-comissário das Nações Unidas para
os refugiados (ACNUR), António Guterres, o agraciado realçou "a prioridade
absoluta que o país tem de dar à educação", escusando-se a "entrar em
polémicas sobre questões de detalhe".
Fonte: Lusa
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