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A
justiça federal brasileira condenou hoje o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e
três meses de prisão por crimes como corrupção e branqueamento de capitais no
âmbito da Operação Lava Jato, divulgou a imprensa brasileira.
Segundo
o portal de notícias G1, esta é a primeira condenação de José Dirceu no âmbito
da Operação Lava Jato -- da Polícia Federal (PF) e que investiga um grande
esquema de corrupção, envolvendo a Petrobras, políticos e empresários, entre
outros -, mas o arguido ainda pode recorrer.
Entre
2003 e 2005, José Dirceu foi ministro da Casa Civil do Presidente Lula da Silva
e era uma das principais figuras do Partido dos Trabalhadores (PT), com muita
influência dentro do partido.
O
ex-ministro do PT foi preso em agosto de 2015, na 17.ª etapa da operação
batizada de "Pixuleco".
A
denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi aceite em setembro do ano
passado e envolve atos ilícitos no âmbito da diretoria de serviços da Petrobras
e abarca 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre 2004
e 2011.
Outras
nove pessoas também foram condenadas na mesma ação penal.
Esta
é a primeira condenação de Dirceu no âmbito da Lava Jato. O ex-ministro já foi
condenado por envolvimento no chamado "Mensalão", esquema em que
membros do PT (de Lula da Silva e Dilma Rousseff) pagavam a parlamentares para
aprovarem os seus projetos de lei no Congresso Nacional.
"O
mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste
no facto de que recebeu suborno inclusive enquanto estava a ser julgado pelo
Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470, havendo registo de
recebimentos pelo menos até 13/11/2013", afirmou o juiz Sérgio Moro na
sentença.
Para
Moro, um dos juízes da Lava Jato, a condenação não inibiu o ex-ministro de
repetir os crimes.
"Agiu,
portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado
negativamente", acrescentou Sérgio Moro.
Fonte:
Lusa
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