quinta-feira, 19 de maio de 2016

BANIF TINHA O ELECTROCARDIOGRAMA DE UM MORTO


 
Mário Cruz / Lusa
O Diretor de Informação da TVI e da TVI24, Sérgio Figueiredo, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif
O Diretor de Informação da TVI e da TVI24, Sérgio Figueiredo, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif
O diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, comparou esta quarta-feira o Banif a um electrocardiograma de um morto, depois de mostrar aos deputados da comissão de inquérito sobre o banco um gráfico com a cotação bolsista da instituição financeira.
“Este banco valia zero. Se fosse um electrocardiograma o indivíduo estava morto”, realçou o responsável da estação de Queluz de Baixo.
Sérgio Figueiredo foi ouvido pelos deputados da comissão de inquérito criada em torno do Banif, e prestou esclarecimentos acerca da notícia da TVI de 13 de dezembro de 2015, um domingo à noite, segundo a qual o Banif ia ser alvo de uma medida de resolução – que foi actualizada por sete vezes nessa noite em rodapé no canal de notícias TVI24.
saída de cerca de mil milhões de euros de depósitos do Banif na semana seguinte à da notícia foi um dos temas em destaque, e foi nessa altura do debate que Sérgio Figueiredo traçou uma análise da valorização bolsista do banco.
“É um pouco abusivo atribuir em exclusivo à notícia da TVI tudo o que aconteceu até ao fim da semana”, declarou, lembrando que as Finanças e o Banco de Portugal emitiram comunicados na segunda-feira e na terça-feira, respetivamente, que também terão contribuído para a fuga de depósitos.
O jornalista lembra também as “mais de 200 reuniões” que a antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse ter tido sobre o Banif para sublinhar que os problemas do banco eram conhecidos e não surgiram com a TVI.
Sérgio Figueiredo diz que recusou a demissão de quadros da empresa que quiseram “dar o corpo às balas”.
“Houve pessoas que se sentiram de dar o corpo às balas e assumir uma responsabilidade”, realçou o director de informação da TVI.
Eu próprio dei autorização para que a notícia saísse”, vincou depois o responsável, que apesar de não ter estado na redacção da TVI na noite de 13 de dezembro, esteve sempre ligado às informações divulgadas nesse dia pela estação, nomeadamente através do canal de notícias TVI24.
Figueiredo considerou insultuosa a ideia de a fonte da notícia possa ter sido o Banco Santander, accionista da Media Capital, proprietária da TVI.
Mário Cruz / Lusa
"A verdade é que o banco fechou, independentemente da semântica que queiramos usar”, concluiu Sérgio Figueiredo
“A verdade é que o banco fechou, independentemente da semântica que queiramos usar”, concluiu Sérgio Figueiredo
“Não veio do Santander qualquer informação. A redacção nem sabia que o Santander tinha feito qualquer proposta”, assegurou o director de informação da estação.
Segundo Sérgio Figueiredo, a fonte da TVI terá sido uma carta de Carlos Costa a Centeno.
“Quando tenho a carta do governador para o ministro das Finanças no dia anterior, considero que esse é um factor importante”, diz Sérgio Figueiredo, para quem esta foiuma peça entre outras para dar a notícia.
“Ninguém imagina que uma notícia desta importância pudesse ser publicada sem passar pela direcção de informação. Isso transforma-me no primeiro e único responsável pela notícia que é libertada”, afirmou o responsável da TVI.
Sérgio Figueiredo justificou o uso inicial da palavra “fecho” no rodapé, mais tarde retirado, porque optar por “resolução” do banco não seria compreensível para o grande público.
“Mas a verdade é que o banco fechou, independentemente da semântica que queiramos usar”, concluiu Sérgio Figueiredo.
Uma semana depois da notícia da TVI, a 20 de dezembro de 2015, também num domingo, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos – incluindo ‘tóxicos’ – para uma nova sociedade veículo.
ZAP / Lusa

Comentário: assim sendo, já cheirava mal! Podemos saber quem lhe fez o funeral?
J. Carlos

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