quinta-feira, 12 de maio de 2016

Londres acolhe hoje cimeira Anticorrupção

Foto:wort.lu
Londres acolhe hoje dirigentes do todo o mundo numa Cimeira Anticorrupção, convocada pelo primeiro-ministro David Cameron para lançar uma ofensiva global contra a corrupção, na sequência das revelações sobre evasão fiscal dos Papéis do Panamá.

Dirigentes mundiais, instituições financeiras e organizações não-governamentais foram convidados, entre os quais os presidentes do Afeganistão, Colômbia e Nigéria, o chefe da diplomacia norte-americana, os líderes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial e o presidente da ONG Transparência Internacional.

David Cameron quer que a cimeira seja concluída com a assinatura "da primeira declaração mundial contra a corrupção".

Nesse texto, segundo o governo britânico, os signatários devem "reconhecer que a corrupção mina os esforços para lutar contra a pobreza, promover a prosperidade e combater o terrorismo e o extremismo" e comprometer-se a "detetar a corrupção, julgar e sancionar as pessoas que a cometem, a facilitam ou dela são cúmplices".

O êxito desta cimeira é contudo incerto. Segundo o jornal The Times, o projeto de declaração final já foi diluído a pedido de alguns países, incluindo com a retirada uma passagem que rejeitava qualquer "impunidade para os corruptos".

Robert Barrington, diretor executivo da organização Transparência Internacional no Reino Unido, escreveu que esta cimeira "é uma oportunidade", mas advertiu para o "elefante na sala" que é a participação de dirigentes "seriamente corruptos" que, "naturalmente, não querem progressos globais na redução da grande corrupção" e são por isso "verdadeiros bloqueadores", aconselhando David Cameron a "não ceder às pressões".

Mais de 300 economistas de 30 países, entre os quais Thomas Piketty, autor de O Capital no Século XXI, e Angus Deaton, Nobel da Economia, subscreveram esta semana uma carta aos dirigentes mundiais apelando para o fim dos paraísos fiscais, que "distorcem o funcionamento da economia global" e "privam os Estados de receitas fiscais", fazendo com "os países mais pobres paguem o preço mais elevado".


Fonte: Lusa

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