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Londres acolhe
hoje dirigentes do todo o mundo numa Cimeira Anticorrupção, convocada pelo
primeiro-ministro David Cameron para lançar uma ofensiva global contra a
corrupção, na sequência das revelações sobre evasão fiscal dos Papéis do
Panamá.
Dirigentes
mundiais, instituições financeiras e organizações não-governamentais foram
convidados, entre os quais os presidentes do Afeganistão, Colômbia e Nigéria, o
chefe da diplomacia norte-americana, os líderes do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e do Banco Mundial e o presidente da ONG Transparência
Internacional.
David Cameron
quer que a cimeira seja concluída com a assinatura "da primeira declaração
mundial contra a corrupção".
Nesse texto,
segundo o governo britânico, os signatários devem "reconhecer que a
corrupção mina os esforços para lutar contra a pobreza, promover a prosperidade
e combater o terrorismo e o extremismo" e comprometer-se a "detetar a
corrupção, julgar e sancionar as pessoas que a cometem, a facilitam ou dela são
cúmplices".
O êxito desta
cimeira é contudo incerto. Segundo o jornal The Times, o projeto de declaração
final já foi diluído a pedido de alguns países, incluindo com a retirada uma
passagem que rejeitava qualquer "impunidade para os corruptos".
Robert
Barrington, diretor executivo da organização Transparência Internacional no
Reino Unido, escreveu que esta cimeira "é uma oportunidade", mas
advertiu para o "elefante na sala" que é a participação de dirigentes
"seriamente corruptos" que, "naturalmente, não querem progressos
globais na redução da grande corrupção" e são por isso "verdadeiros
bloqueadores", aconselhando David Cameron a "não ceder às
pressões".
Mais de 300
economistas de 30 países, entre os quais Thomas Piketty, autor de O Capital no
Século XXI, e Angus Deaton, Nobel da Economia, subscreveram esta semana uma
carta aos dirigentes mundiais apelando para o fim dos paraísos fiscais, que
"distorcem o funcionamento da economia global" e "privam os
Estados de receitas fiscais", fazendo com "os países mais pobres
paguem o preço mais elevado".
Fonte: Lusa
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