Imagem:TSF |
O Presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje que se vai manter por um ano o
"estado de emergência económica" do país que havia sido inicialmente
decretado por um período de 120 dias.
"Nos
próximos dias vou renovar o decreto de emergência económica para continuarmos a
enfrentar os problemas com a Constituição e os poderes que me dá o estado de
exceção", afirmou Maduro.
O decreto que
declarou o estado de emergência económica na Venezuela foi chumbado pelo
parlamento, mas entrou em vigor a 11 de fevereiro, por decisão do Supremo
Tribunal de Justiça.
Segundo o
Governo venezuelano, o decreto tem como finalidade combater a "guerra
económica", "construir uma Venezuela produtiva e independente" e
enfrentar a conjuntura adversa suscitada pela queda dos preços do petróleo, a
principal fonte de receitas, em moeda estrangeira, do país.
A oposição
considerou que o decreto pode restringir garantias constitucionais e aprofundar
a intervenção do Estado nas empresas privadas, além de estar redigido de
maneira a outorgar ao Presidente Nicolás Maduro poderes especiais.
Segundo o
decreto, o Estado pode "dispor dos recursos provenientes da economia
orçamental" com a finalidade de "garantir o investimento que assegure
a continuidade das missões sociais, investimentos na infraestrutura produtiva,
agrícola e industrial e o abastecimento oportuno de alimentos e produtos
essenciais para a vida".
Por outro
lado, permite "requerer das empresas do setor público e privado que
aumentem os seus níveis de produção, assim como o abastecimento de determinadas
matérias-primas nos centros de produção de alimentos e de bens
essenciais".
Também
possibilita a adoção de "todas as medidas necessárias para garantir o
acesso oportuno da população a alimentos, medicamentos e demais bens de
primeira necessidade" e para "estimular o investimento estrangeiro em
benefício do desenvolvimento do aparelho produtivo nacional, assim como as
exportações de rubros não tradicionais".
Por outro
lado, dispensa o Estado de "modalidades e requerimentos próprios do regime
de contratações públicas" e permite a implementação de "medidas
especiais para agilizar o trânsito de mercadoria nos portos e aeroportos do
país", além de dispensar os organismos públicos e privados de trâmites
para a obtenção de divisas (dólares) para "agilizar e garantir a
importação de bens ou matérias-primas indispensáveis para o abastecimento
nacional".
Finalmente,
permite "desenvolver, fortalecer e proteger o sistema de grandes missões
[programas de assistência social] e missões socialistas em vias de tender à
incorporação de pequenos e médios produtores, sejam eles comunais, privados,
estatais ou mistos".
Fonte: Lusa
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