Foto: rr.sapo.pt |
Primeiro-ministro
acredita que quando o líder do PSD tiver mais tempo para reflectir vai
"arrepender da forma como se tem referido aos sindicatos".
O
primeiro-ministro acusa o líder do PSD de encarar as associações sindicais como
"organizações criminosas", admitiu que Passos Coelho vai
arrepender-se do que afirmou e fez uma defesa cerrada da actuação do seu
ministro da Educação.
António Costa
fez estas afirmações já depois de ter concedido a entrevista à SIC, quando se
encontrava nos corredores desta estação televisiva e respondia a perguntas
formuladas pelo jornalista José Manuel Mestre - período que, de forma insólita,
demorou quase tanto tempo quanto aquele gastou na entrevista formal conduzida
pelo jornalista José Gomes Ferreira.
Questionado
sobre a posição assumida pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, a
propósito da intenção do Governo de rever os contratos de associação com
estabelecimentos dos ensinos privado e cooperativo, o primeiro-ministro usou
palavras duras para caracterizar a actuação do líder social-democrata.
"Para ser
sincero, acho que essa visão que o doutor Passos Coelho vai tendo das
associações sindicais como organizações criminosas não é próprio de um Estado
democrático. Sindicatos são parceiros sociais com quem temos de ter um
relacionamento normal e institucional. É assim que funciona a concertação social",
afirmou António Costa.
O
primeiro-ministro acusou depois o presidente do PSD de fazer uma
"diabolização dos sindicatos como organizações criminosas", algo que,
na sua perspectiva, não faz parte da sua cultura "e, felizmente, não faz
parte do Estado democrático".
"E acho
que o doutor Pedro Passos Coelho, que é um democrata, num momento em que esteja
menos azedo e com maior tempo para reflectir certamente há de se arrepender da
forma como se tem referido aos sindicatos", declarou.
Interrogado
sobre qual a razão que levaram vários membros do executivo a reagir contra as
declarações do presidente do PSD, Costa alegou que Passos Coelho "fez uma
coisa muito grave, que é confundir o debate político, que é legítimo, com
insinuações, pondo em causa a honorabilidade" do ministro da Educação.
António Costa
procurou em seguida desdramatizar qual será a posição do Presidente da
República face à intenção do seu executivo de rever os contratos de associação.
"O senhor
Presidente da República é um órgão de soberania, não é a rainha. Exerce funções
próprias, eleito pelos cidadãos, e portanto tem naturalmente toda a
legitimidade para ter a sua opinião política e intervir no âmbito das suas
competências. Era o que faltava o Governo condicionar ou sentir-se incomodado
pelo exercício de funções do Presidente da República", respondeu.
Confrontado
com a contestação à actuação de Tiago Brandão Rodrigues no executivo, o
primeiro-ministro definiu o seu ministro da Educação como "uma pessoa
fantástica, que tem muito a dar ao país".
"É um
notável investigador, um grande cientista que veio da Universidade de
Cambridge, e que veio para fazer algo muito importante: Valorizar a nossa
escola, o nosso ensino, e dar a oportunidade a todos que possam ter no futuro a
carreira que ele próprio teve", declarou o primeiro-ministro.
António Costa
disse mesmo que Tiago Brandão Rodrigues "é filho de uma antiga professora
primária, conhece muito bem a escola e tem um relacionamento excepcional com os
estabelecimentos de ensino".
Sobre o
processo de revisão dos contratos de associação com estabelecimentos dos
ensinos privado e cooperativo, o primeiro-ministro reiterou a tese de que serão
"rigorosamente cumpridos" os que se encontram em vigor.
Questionado se
este debate está a ser empolado, Costa contrapôs que a discussão, "mais do
que empolada, é muito interessada".
"A melhor
demonstração de que o que está em causa não é a liberdade de escolha ou
liberdade de ensino é que estes contratos abrangem só três por cento dos colégios
privados", alegou.
Na perspectiva
do primeiro-ministro, nesta questão, está a fazer-se "muito ruído - e esse
ruído tem vindo a dificultar a compreensão do que está em causa".
"O que
está em causa é saber se com os seus impostos pagam duas escolas no mesmo sítio
ou se com os seus impostos paga-se aquilo que tem de se pagar, que é a
obrigação que o Estado tem de assegurar a todas as crianças igualdade de
oportunidades no acesso ao ensino de qualidade", acrescentou
Fonte:
rr.sapo.pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário