terça-feira, 14 de junho de 2016

CINCO ANOS DEPOIS DE PASSOS, COSTA TAMBÉM SUGERE AOS PROFESSORES QUE EMIGREM


 
Mário Cruz / Lusa
O novo primeiro-ministro, António Costa, durante a cerimónia de tomada de posse do XXI Governo Constitucional
António Costa disse em França que há neste país “uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português”. As declarações mereceram críticas dos partidos da direita, fazendo lembrar o desafio lançado há cinco anos por Passos Coelho aos professores para emigrarem.
Foi no âmbito das comemorações do 10 de Junho, em França, que António Costa falou da “oportunidade de trabalho” para os professores de Português, começando por referir as “reuniões do grupo técnico que existem entre Portugal e França para o alargamento da presença do português” como Língua de aprendizagem nas escolas francesas.
“É uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português que, por via das alterações demográficas, não têm trabalho em Portugal e podem encontrar trabalho aqui, em França”, disse o primeiro-ministro, conforme declarações divulgadas pela Agência Lusa.
Estas declarações estão a ser comparadas por alguns às que Passos Coelho fez, em 2011, quando era primeiro-ministro do governo PSD-CDS e desafiou os professores sem emprego a emigrarem, em busca de novas oportunidades de trabalho.
“Há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos, haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, disse, na altura, Passos Coelho.
As declarações do líder do PSD causaram muita polémica e muitas críticas ao então primeiro-ministro e muitos deputados sociais-democratas não entendem porque é que, desta feita, as palavras de Costa não estão a ter tanta repercussão negativa.
Em declarações divulgadas pelo jornal i, a coordenadora do PSD na comissão parlamentar de Educação, Nilza de Sena, salienta que, “em circunstâncias idênticas, o anterior primeiro-ministro foi abusivamente maltratado, interpretado e descontextualizado“, e realça que está à espera para ver “o que dirão os analistas sobre este convite subliminar à emigração feito por António Costa”.
“A incoerência da esquerda é isto. O silêncio de grande parte da opinião publicada é algo muito mais grave”, lamenta, por seu turno, o deputado do CDS, João Almeida, conforme cita o i.
ZAP / Lusa

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