terça-feira, 14 de junho de 2016

PRESIDENTE MOÇAMBICANO ACUSA RENAMO DE TORNAR O POVO REFÉM

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, acusou a Renamo, principal partido de oposição, de tornar o povo refém, visando chegar ao poder pela força, e defendeu o diálogo como via para a restauração da paz no país.

"O povo não pode ser feito refém para se alcançar o poder, o Governo está consciente de que o soar das armas não é o caminho certo para a busca da paz e sempre defendemos o diálogo", afirmou Nyusi, falando na segunda-feira na cerimónia de posse de novos comandantes das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Num discurso citado hoje pela comunicação social moçambicana, o chefe de Estado defendeu o desarmamento da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), assinalando que em democracia os partidos políticos não devem estar armados.

"Estamos num estado de direito, não devemos abrir espaço para uma convivência dualista, por um lado, partidos civis, por outro lado, partidos armados", declarou Filipe Nyusi.

Referindo-se aos novos comandantes, o Presidente moçambicano defendeu que as FADM devem pautar a sua conduta pelo respeito dos direitos humanos, principalmente o direito à vida e às liberdades fundamentais, bem como a soberania.

Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.

O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

O Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando falta de progressos no processo negocial.

PMA // VM - Lusa

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