A primeira espécie de mamífero extinta devido ao aquecimento global é um roedor australiano de uma ilha que ficou quase submersa, indica um estudo científico divulgado esta terça-feira.
O único habitat conhecido do pequeno roedor da espécie “Melomys rubicola” é a ilha de Bramble Cay, no Estreito de Torres – que separa a Austrália da Papua-Nova Guiné -, mas cientistas não encontraram nenhum exemplar da espécie depois de terem feito pesquisas no que resta da ilha.
A submersão quase total da ilha e a perda de habitat dos roedores, são “muito provavelmente” a explicação para este desaparecimento, afirmam os autores do estudo realizado pelo departamento de Ambiente da Universidade de Queensland.
Os dados existentes do aumento do nível das águas e os fenómenos climáticos no Estreito de Torres sugerem que “as alterações climáticas provocadas pelo Homem (são) a causa profunda do desaparecimento do roedor de Bramble Cay”, refere o estudo.
O “Melomys rubicola” foi considerado o único mamífero autóctone das ilhas da grande barreira de coral. Foi descoberto em 1845, mas nenhum exemplar desse roedor é visto desde 2009.
Em 2014, os cientistas decidiram lançar pesquisas importantes na esperança de preservar a espécie. Foram utilizadas armadilhas e câmaras, mas nenhum roedor foi visto, “o que confirma que a única população conhecida deste roedor foi extinta”, lê-se no estudo.
Em 2015, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) atribuiu especialmente às alterações climáticas o desaparecimento do “Geocapromys thoracatus” – ou Rato de Little Sawn Island – um roedor de uma ilha de coral das Honduras. No entanto, verificou-se que um gato introduzido na ilha foi o principal responsável pelo desaparecimento.
“Consequentemente, a conclusão é que a extinção do ‘melomys’ de Bramble Cay se deve ao aumento do nível do mar e à maior incidência de eventos meteorológicos extremos nos últimos anos (…) constituindo provavelmente a primeira extinção documentada de mamíferos devido (ou essencialmente) à alteração climática antropogénica”, segundo o mesmo estudo.
/Lusa
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