Um ex-funcionário do governo argentino, responsável pela execução de obras públicas no país durante os governos Kircher, foi preso esta terça-feira enquanto tentava esconder mais de oito milhões de dólares em um convento. José López foi acusado de posse ilegal de armas e será investigado por lavagem de dinheiro.
Secretário de Obras Públicas dos ex-presidentes Néstor Kirchner (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015), López era homem de confiança do casal. Atualmente, é deputado argentino do Parlasul – o Parlamento do Mercosul.
Na madrugada desta terça-feira, López foi visto por um vizinho a atirar sacos de dinheiro sobre o muro de um convento na cidade de General Rodriguez, a cerca de 60 quilómetros de Buenos Aires. Por achar o comportamento estranho, o homem ligou para a polícia.
López tentou evitar a detenção pedindo às freiras que abrissem o portão, alegando que queria fazer uma doação à Igreja, mas acabou por ser preso por posse ilegal de armas, já que além de vários maços de dólares, euros, ienes e moeda do Qatar o ex-governante também levava jóias e uma pistola semiautomática.
López será investigado por lavagem de dinheiro. De acordo com o chefe de segurança da província de Buenos Aires, Cristian Ritondo, no total foram encontrados 160 sacos com notas. A imprensa argentina avança que a quantia atinge um valor entre sete e 10 milhões de dólares.
“Não estamos a falar de um personagem menor”, afirmou o chefe de gabinete do presidente Mauricio Macri, Marcos Pena, ao lembrar que López era responsável pelas obras públicas nos governos Kirchner e que muitas delas estão a ser questionadas por falta de transparência e corrupção.
Em abril, os argentinos assistiram a outra cena cinematográfica ligada a suspeitas de corrupção: a Justiça mandou vasculhar as terras do empreiteiro Lázaro Báez com escavadoras, à procura de dinheiro que supostamente teria enterrado, e encontrou uma mala com 90 mil dólares.
Báez enriqueceu com a realização de obras públicas durante os governos Kirchner. Amigo do casal, é suspeito de ser testa de ferro da família e foi preso, acusado de lavagem de dinheiro.
A Justiça argentina também investiga Cristina Kirchner por enriquecimento ilícito.
ZAP / ABr
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