“Falta de vergonha”. Eis como o Bloco de Esquerda reage à ida de Durão Barroso para o Banco de Investimento Goldman Sachs. O ex-presidente da Comissão Europeia reage lamentando que “é-se criticado por ter cão e por não ter”.
A Esquerda, em particular o Bloco, reagiu com críticas à contratação de Durão Barroso como novo presidente não-executivo do Goldman Sachs, considerando que atesta que “não há vergonha na elite europeia” e que a “qualidade da democracia tem ainda muito caminho para fazer” no espaço europeu.
Palavras do líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, que diz que “termos um ex-presidente da Comissão Europeia a assumir o lugar de chairman significa, na prática, que não há vergonha na elite europeia da qual Durão Barroso faz parte”.
“Que a Goldman Sachs é um grupo económico com escolhas duvidosas, ninguém duvidava. Que tem uma fama perto de miserável, ninguém duvida”, nota o bloquista, lembrando que o Banco esteve envolvido na crise financeira e económica de 2008.
Francisco Louçã, ex-líder do BE, já tinha afirmado, num espaço de comentário na SIC Notícias, que a contratação de Durão Barroso pelo Goldman Sachs “confirma a proximidade entre as elites políticas e financeiras”.
Durão lamenta que se é “criticado por ter cão e por não ter”
Em resposta à polémica, Durão Barroso lamenta: “é-se criticado por ter cão e por não ter“.
“Se se fica na vida política é porque se vive à conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a aproveitar a experiência adquirida na política“, considera o ex-primeiro-ministro em entrevista ao semanário Expresso.
O ex-presidente da Comissão Europeia ainda lembra a experiência dos últimos anos, nomeadamente a lidar com as reformas que sucederam à crise económica de 2008, e realça a sua independência financeira como argumentos de peso para a aposta que o Goldman Sachs faz nele.
Quem não quis entrar na onda de críticas a Durão foi Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República nota que o ex-líder do PSD atinge assim, o “topo da vida empresarial”, o que “tem muito mérito” e “deve ser naturalmente reconhecido”.
Nas declarações divulgadas pela TSF, recolhidas durante a inauguração do Auditório Machado Macedo, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova Lisboa, Marcelo considera ainda que “gosta de ver portugueses reconhecidos em lugares cimeiros dos vários domínios da actividade profissional, cívica, cultural”.
ZAP / Lusa
Comentário: o gozo na cara dos portugueses.
J. Carlos
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