domingo, 10 de julho de 2016

Goldman Sachs: "É uma machadada para a vida política de Barroso"

Francisco Louçã comentou a notícia do dia no seu espaço habitual de comentário na SIC Notícias.
© Global Imagens
Foi com “surpresa” que Francisco Louçã recebeu a notícia da nomeação de Durão Barroso para a Goldman Sachs. Embora grande parte dos membros da Comissão de Durão Barroso já estejam colocados em lugares de topo de empresas, o antigo líder do Bloco “não podia antecipar que Durão Barroso fosse para um cargo tão polémico”.

Louçã recorda a importância de um dos maiores bancos de investimentos do mundo, aquele que tem “mais peso político” e que é “certamente o mais polémico”, uma vez que tem uma “estratégia à escala mundial” de contratar dirigentes políticos importantes ou de empurrar alguns dos seus quadros para lugares de topo.

O economista vê nesta contratação conflitos de natureza política. “Ele é presidente da empresa e depois tem um biscate dentro da própria empresa sendo consultor para o Brexit”, comenta o antigo líder do Bloco, sublinhando a estranheza do caso.

“Quem se dedica a uma responsabilidade política não deve utilizar o capital político que teve, a confiança com governantes, o tratamento com governos e instituições, para a utilizar depois para uma empresa que tem interesses particulares”, considera Louçã. Essa vinculação, frisa ainda, entre o topo da político e o topo do setor financeiro, “é perigosíssimo para a democracia”.

Francisco Louçã acredita que esta nomeação corresponde à "machadada" final para a vida política de Durão Barroso e “demonstra que a Comissão Europeia é muito vulnerável a estes interesses que não são os interesses da Europa, são os interesses da finança”.

Assim, não vê qualquer possibilidade de Barroso regressar à esfera da política. “A perceção pública de que a democracia fica contaminada por esse corrompimento e por esta mistura de interesses é cada vez mais evidente e mais forte e ainda bem que é”, constata Louçã.

Para o comentador, o fato de haver uma relação “paredes meias entre a política e o setor financeiro” revela que a finança tem um peso enorme na capacidade de decisão política. “E isso a democracia não pode permitir”, finaliza.


Fonte:noticiasaominuto

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