terça-feira, 19 de julho de 2016

Estados Unidos: Tensões no primeiro dia da Convenção Nacional Republicana


O primeiro dia da Convenção Nacional Republicana, encontro de quatro dias na cidade de Cleveland, estado de Ohio que servirá para nomear o candidato oficial do partido conservador para as eleições presidenciais de novembro, fica marcado por uma série de tensões e de tumultos entre apoiantes e detratores do mais polémico dos candidatos Republicanos: O multimilionário Donald Trump, que muitos delegados não querem como candidato do seu partido nas próximas eleições.

As queixas dos opositores

Opositores de Trump não conseguiram que a candidatura do milionário fosse a votos, para que candidatos alternativos pudessem ser também escolhidos e votados. Mike Lee, Senador do estado de Utah, disse à Associated Press que a cena a que tinha estado a assistir era “surreal”. Vários dos delegados que se envolveram em intensas discussões com os apoiantes de Donald Trump queixaram-se da forma como a Convenção estava a ser gerida:
“Somos delegados cujas vozes são silenciadas. Não se podem ouvir as nossas vozes porque esta é uma Convenção manipulada. Não tivemos o direito de expressão a nossa opinião de forma alguma,” disse Marc Perez, delegado que se opõe à nomeação de Donald Trump como candidato Republicano.
Jeanne Sever, delegada do estado da Georgia, apoiante de Donald Trump, disse que o importante era que a opinião da maioria tinha sido ouvida:
“A opinião de Trump e dos apoiantes de Trump foi prevaleceu, assim como a opinião da América. Catorze milhões de pessoas escolheram-no. As vozes delas merecem ser ouvidas e estamos aqui para que isso aconteça.”

Ausências importantes no primeiro dia da Convenção

As tensões do primeiro dia da Convenção Republicana marcaram a atualidade nos principais meios de comunicação dos Estados Unidos e impedem que se construa o tão desejado clima de unidade em torno à muito provável candidatura de Trump. Além disso, muitos notáveis do partido destacaram pela sua ausência no primeiro dia, o que não passou despercebido por alguns dos gestores da campanha de Donald Trump.

Paul Manafort, gestor da campanha de Trump disse esperar que os membros do clã Bush marcassem presença na Convenção:
“Esperemos que quando a família Bush decidir participar no processo político, se junte a nós, pois serão bem-vindos. E o governador do Ohio também deveria participar, pois é difícil quando o governador do estado onde se realiza a Convenção não participa no processo”.
A ausência de membros importantes do Partido Republicano mostra a dificuldade que Donald Trump tem tido para convencer o establishment do partido conservador dasolidez da sua candidatura e dos obstáculos com que terá de lidar se quiser que os Republicanos o apoiem, depois das posições consideradas pouco politicamente corretas e demasiado radicais em relação a temas como a emigração e as relações com países como o México.
Para Donald Trump, a Convenção é também uma oportunidade para dar a conhecer um lado seu mais afávelmenos polémico, mais humano e menos característico de um agressivo homem de negócios. Por isso, afamília de Trump ocupa, neste encontro, um papel central, ainda que a sua atual mulher, Melania Trump, tenha ocupado um papel secundário desde que o empresário anunciou a sua candidatura. Trump decidiu que a esposa seria apresentada aos delegados presentes.
O correspondente da EURONEWS nos Estados Unidos, Stephan Grober, acompanhou o primeiro dia da Convenção em Celeveland e diz que o Partido Republicano se encontra divido por causa da muito provável nomeação de Donald Trump. Se a Convenção deveria ser o começo de um processo de união, esse mesmo processo parece revelar-se algo difícil, dado o posicionamento de Donald Trump. As divisões, diz Gober, poderiam mesmo vir a aumentar no seio do partido.

Fonte: euronews

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