Portugal e Espanha apresentaram à
Comissão Europeia um plano conjunto de pesca sustentável da sardinha, que prevê
um aumento "substancial" das capturas possíveis para este ano,
anunciou hoje em Bruxelas a ministra do Mar.
"Nós viemos juntamente com Espanha
apresentar aquilo que é um plano de sustentabilidade para as capturas de
sardinha na Península Ibérica, em Portugal e em Espanha. Aquilo que nós
propusemos foi um aumento substancial das capturas possíveis para este
ano", indicou Ana Paula Vitorino, sublinhando que os números propostos
garantem a sustentabilidade da sardinha.
A proposta ibérica, explicou, prevê que
Portugal e Espanha possam capturar este ano até um total de 17 mil toneladas de
sardinha -- cerca de dois terços para Portugal e o outro terço para Espanha, à
imagem do que tem sido o "histórico" - e será formalizada ainda esta
semana, esperando o Governo um parecer de Bruxelas "dentro de dias".
Portugal e Espanha fixam e gerem entre
si as quotas de captura de sardinha, desempenhando neste caso a Comissão um
papel somente de supervisor.
A ministra lembrou que "o ano
começou com más notícias, com o parecer do ICES (Conselho Internacional para a
Exploração do Mar) a dizer que poderiam ser capturadas pouco mais de 1.500
toneladas", tendo Portugal e Espanha, numa primeira abordagem, fixado um
limite de 14 mil toneladas, propondo agora 17 mil toneladas, o que representa
então "um aumento substancial relativamente às previsões iniciais".
Ana Paula Vitorino garantiu que o plano
luso-espanhol tem em conta os pareceres científicos e garante uma pesca
sustentável da sardinha, tendo havido a preocupação de "conjugar os três
pilares da sustentabilidade".
"Procuramos, de facto, que haja um
crescimento sustentável da biomassa da sardinha: fixámos um mínimo de 4% de
perspetiva de crescimento da biomassa e, fixando 17 mil toneladas,
permitir-nos-á ter esse aumento de 4% e termos uma rota sem grandes flutuações,
que são muito prejudiciais em termos sociais e económicos", disse.
O previsível aumento das capturas
possíveis far-se-á sentir "já", disse, observando que o plano de
gestão para este ano fixava um total possível de capturas, entre Portugal e
Espanha, de 10 mil toneladas até final de julho, que ainda não foi atingido
(Portugal capturou menos de 7 mil toneladas, e Espanha "2 mil e
tal").
"Se se confirmar este acréscimo, o
que quer dizer é que podemos prolongar a pescaria até mais tarde, até outubro,
até Novembro, até esgotarmos esse novo limite", concluiu.
Fonte: Lusa
Foto: reuters
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