Período de férias é complicado em número
de doações. Instituto do Sangue apela à dádiva, em especial dos tipos menos
frequentes
O Instituto Português do Sangue e
Transplantação (IPST) apela aos dadores que deem sangue, sobretudo O e A
negativos, que são os mais raros e por isso os mais problemáticos. Os tipos O-,
B- e AB- são os que apresentam os níveis mais baixos, com reservas apenas para
quatro a cinco dias. Hélder Trindade, presidente do instituto, explica que é
importante garantir que os níveis não descem, sobretudo numa altura em que há
ainda muitas pessoas de férias.
Já no início do mês, o IPST apelou à
dádiva para os tipos de sangue O e A negativos. "Mesmo a situação não
sendo critica, aproveitamos para apelar à dádiva das pessoas com sangue tipo O-
e A-, que sabemos que são sempre os mais problemáticos porque são os menos
frequentes", diz Hélder Trindade, adiantando que para o O- a reserva está
nos 5 dias no IPST, mas chega aos 17 se se contar com o stock dos hospitais. O
nível das reservas de sangue do IPST é atualizado uma vez por dia no Portal do
SNS.
"Nas sextas-feiras abastecemos os
hospitais e contamos com o fim de semana, que são os dias de maior colheita,
para repor o stock", explica, referindo que o objetivo é também chegar aos
dadores não regulares. "Já recebemos telefonemas de pessoas a perguntar
onde podem doar. É bom sinal", acrescenta Hélder Trindade. Um efeito
também do apelo feito ontem pela Associação de Dadores de Sangue do Concelho de
Aveiro, que tem oito sessões de colheita em setembro, e das informações
entretanto divulgadas.
"Este é um período sempre
complicado, até à segunda semana de setembro, porque ainda temos muitas pessoas
de férias, outros a regressar, o início das aulas. A disponibilidade das
pessoas é menor. Estamos a gerir a situação para evitar impactos. A flutuação
que existe é normal, o que queremos evitar é que exista uma descida. Estamos a
tomar as medidas normais, a enviar sms e a fazer contactos através do
call-center a lembrar a dádiva e os locais onde pode ser feita." A nível
nacional, a situação é semelhante à do ano passado, com cerca de mais mil
unidades do que na mesma altura de 2015. Podem doar sangue todas as pessoas com
bom estado de saúde, hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50
quilos e entre os 18 e os 65 anos. A doação de sangue pode ser feita de quatro
em quatro meses pelas mulheres e de três em três meses pelos homens.
Informações sobre onde e quando doar estão disponíveis no site doar.pt ou no
Portal do SNS.
Efeito das taxas moderadoras?
Em dezembro foi aprovada a alteração que
garantiu aos dadores de sangue voltarem a estar isentos de todas as taxas
moderadoras. O anterior governo alterou o benefício, dando apenas a isenção
quando os cuidados eram prestados nos centros de saúde. A mudança foi de
imediato contestada pelas associações e nos últimos anos acabou por se registar
um decréscimo no número de dadores, a que a emigração de muitos jovens não
esteve isenta de responsabilidades.
Se esta última ainda é um efeito que não
foi possível atenuar, já no que respeita às taxas moderadoras parece ter havido
uma alteração positiva com a isenção total, que entrou em vigor no início de
março. "Dois meses depois da medida, tem-se assistido a uma tendência
crescente de dádivas de sangue", disse à Lusa, em junho, o secretário de
Estado da Saúde, Fernando Araújo, revelando que "nos primeiros quatro
meses do ano houve um crescimento de 4% nas dádivas e no mesmo mês, abril,
verificou-se um crescimento de 15% a 17% face ao período homólogo".
Na mesma altura, o responsável político
admitiu ainda ser cedo para tirar ilações, mas assumiu acreditar que o aumento
estava relacionado com a reposição das taxas moderadoras. "É preciso
reconhecer o esforço dos dadores e contribuir para que se intensifique mais.
Nesse sentido, o governo decidiu promover a isenção de taxas moderadoras no
âmbito hospitalar. Trata-se de uma justa reivindicação. Este pode ser o
elemento que faltava para estabilizar as colheitas", afirmou Fernando
Araújo. Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, de abril,
estão isentos do pagamento de taxas moderadoras 132 607 dadores de sangue.
Fonte:dn.pt/sociedade
Comentário: as declarações do Dr. Hélder
Trindade não são coincidentes com as necessidades que alega existirem: “Já no início do mês, o IPST
apelou à dádiva para os tipos de sangue O e A negativos. "Mesmo a situação
não sendo critica, aproveitamos para apelar à dádiva das pessoas com sangue
tipo O- e A-, que sabemos que são sempre os mais problemáticos porque são os
menos frequentes", diz Hélder Trindade”. Afinal existe ou não necessidade?
De acordo com reacções de alguns
dirigentes associativos, o IPST tem cancelado sessões de colheitas de sangue
alegando falta de recursos humanos. A confirmar-se tais cancelamentos, estamos perante
decisões graves, não reconhecendo publicamente que algo não está a funcionar bem.
O Dr. Hélder Trindade distanciou-se das
associações de dadores de sangue há já uns anos, e ele sabe porquê. A partir da
data em que adjectivou alguns dirigentes de terroristas de sangue vs
sindicalistas, somos levados a pensar que o IPST já não têm conselho directivo ou estão fora de prazo. O secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo deve proceder a alterações no elenco directivo daquele instituto.
Fazer apelos através da imprensa para as
pessoas aderirem à dádiva de sangue, e manter o Posto Fixo da ADASCA fechado
mais de uma semana, estamos perante uma clara incongruência. As palavras devem ser coincidentes com as necessidades.
J. Carlos
Dia 31 de Agosto entre as 16 horas e as
20 horas, vai decorrer uma sessão de colheitas de sangue no Posto Fixo da
ADASCA, localizado no Mercado Municipal de Santiago, 1º. Piso, Rua de Ovar,
Bairro Social Santiago.
Mais informações: www.adasca.pt
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