domingo, 28 de agosto de 2016

Assembleia de Macau quer explicações sobre nova biblioteca de 100 milhões de euros


Macau, China, 26 ago (Lusa) -- A Assembleia Legislativa de Macau vai chamar o Governo, no início da próxima sessão, em outubro, para que este explique o elevado orçamento da nova Biblioteca Central, estimado em cerca de 100 milhões de euros.

"O Governo pode ser convidado à Assembleia para explicar pormenores [de um projeto]. E isso pode acontecer com a biblioteca", começou por dizer Ho Iat Seng, presidente da Assembleia, durante o balanço anual dos trabalhos do hemiciclo. Instado a confirmar se tal sessão de apresentação do projeto vai de facto acontecer, Ho assentiu: "Sim, se for confirmado o projeto. Não temos elementos [suficientes], precisamos de uma sessão de apresentação".

A Biblioteca Central, que irá ocupar o edifício do antigo tribunal, no coração da cidade, vai custar pelo menos 900 milhões de patacas (quase 100 milhões de euros), segundo confirmou o Instituto Cultural esta semana, sendo que o valor inclui apenas a construção.

Ho Iat Seng admite que o valor da biblioteca -- que deve incluir uma livraria, uma loja de produtos criativos e um café-galeria, entre outras valências --, pode ser elevado: "Podemos discutir se o orçamento é muito avultado ou não. Devemos ver se deve ser gasto tanto dinheiro numa biblioteca, quantos utentes [vai servir]. Vai ter cafés para quê? Já temos as ruas repletas de cafés. Um sítio para servir bebidas, sim, mas nada luxuoso".

O presidente da Assembleia defende ainda que a biblioteca se deve focar em "livros com maior tecnicidade" ou valor elevado, já que os "livros normais" se "vendem em qualquer sítio" e "muita coisa se encontra online".

Durante o balanço dos trabalhos da Assembleia, Ho Iat Seng foi questionado sobre a abertura das reuniões das comissões à comunicação social, de modo a evitar frequentes contradições entre aquilo que deputados e membros do Governo alegadamente dizem à porta fechada e aquilo que o presidente da comissão transmite aos jornalistas.

Ho mostrou-se recetivo mas sublinhou que o regimento da Assembleia define que as comissões decorrem normalmente à porta fechada, apesar de não impedir que sejam abertas se os deputados assim o quiserem. "Vou falar com os presidentes das comissões para saber se algumas reuniões podem decorrer à porta aberta, creio que há margem para isso (...) mas não posso obrigar", disse.

Ho Iat Seng, frequentemente apontado como possível futuro líder do Governo, afastou definitivamente a possibilidade: "Não vou ser chefe do Executivo, não tenho feitio ou postura. Uma pessoa deve conhecer-se bem, e a idade também não permite".

O presidente da Assembleia foi ainda instado a pronunciar-se sobre a saída da Uber de Macau, alegadamente a 09 de setembro devido ao elevado valor das multas que acumulou em menos de um ano de operações.

Ho admitiu que a população entende que "o serviço dos táxis não é bem prestado" e que utilizar a Uber, apesar de ilegal, é "cómodo", mas lembrou que os taxistas estão "devidamente licenciados e com seguro". "Quando houver problemas, quem assume a responsabilidade?", questionou.

"Não posso ter um duplo critério para quando dá jeito", concluiu.

ISG // JMR - Lusa

Publicada por TIMOR AGORA


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