Diretor-geral
disse na manhã desta quinta-feira que ainda não foi possível apurar se o módulo
está inteiro e a trabalhar
Os
cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla original) ainda não têm a
certeza se o Schiaparelli, o módulo de aterragem da missão ExoMars, aterrou em
Marte com condições para funcionar. Em conferência de imprensa na manhã desta
quinta-feira, o diretor-geral da ESA, Jan Woerner, disse aos jornalistas que,
para já, não é possível confirmar que o Schiaparelli está inteiro e a trabalhar.
Sabe-se
que os paraquedas que asseguravam uma aterragem suave se ativaram corretamente,
mas não é claro o que terá acontecido nos segundos finais antes da aterragem. E
também ainda não foram analisados os dados que o permitam averiguar.
O
Schiaparelli mergulhou à hora prevista na fina atmosfera marciana (às 13.42,
hora portuguesa), a uma velocidade vertiginosa de 21 mil quilómetros por hora.
Mas, a um minuto de tocar no solo, o sinal que estava a ser captado pelo
radiotelescópio GMRT, instalado na Índia, perdeu-se.
"O
principal papel do Schiaparelli era testar as tecnologias de aterragem
europeias. A gravação dos dados durante a descida era parte desse teste e é
importante sabermos o que aconteceu, para podermos preparar-nos para o
futuro", disse Woerner.
O
responsável sublinhou ainda, durante a conferência de imprensa, que a sonda
orbital da missão ExoMars, a TFO (Trace Gas Orbiter) ficou em órbita de Marte,
tal como previsto. E, ao mesmo tempo em que se colocava em posição, foi
recolhendo dados sobre a descida do Schiaparelli, que chegaram à Terra na
madrugada de quinta-feira. Estes dados, que ainda só foram parcialmente
analisados, confirmam que a as primeiras etapas do processo de aterragem
correram como previsto, apesar de os propulsores do Schiaparelli, segundo as
primeiras informações, terem disparado durante menos tempo do que o previsto
para ajudar na aterragem. "Temos dados a chegar que permitirão compreender
completamente os passos que ocorreram", assinalou ainda David Parker, o diretor
de exploração robótica e voo espacial da Agência Espacial Europeia. "De um
ponto de vista da engenharia, é aquilo que queremos de um teste e temos dados
valiosos para trabalhar", acrescentou, admitindo que nesta altura ainda
não é favorável outro tipo de especulação.
Tudo
indica, pelo menos para já, que o fracasso europeu de há 13 anos, quando o
Beagle 2 se perdeu durante a aterragem no Planeta Vermelho, voltou agora a
repetir-se. Resta saber que implicações isso terá agora na segunda fase da
missão Exomars, que está prevista para 2020.
Fonte:
DN
Foto: REUTERS/UWE ANSPACH
Nenhum comentário:
Postar um comentário