quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Governo incomodado com fuga de homicida de Aguiar da Beira

Resultado de imagem para Governo incomodado com fuga de homicida de Aguiar da BeiraAo fim de nove dias dos, o homicida de Aguiar da Beira continua a monte, e começam surgir críticas à estratégia operacional montada para capturar o fugitivo.
Passados nove dias, a falta de coordenação das forças policiais envolvidas na captura do suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira está a causar incómodo no governo, informa o “Diário de Notícias”. Pedro Dias continua por capturar, e o impasse mantém-se, com informações contraditórias a virem a público e um evidente fracasso operacional.
O ex-secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SG-SSI), juiz conselheiro Mário Mendes, citado pelo DN, avisa a sua sucessora, a procuradora Helena Fazenda, que “faz parte das suas competências promover mecanismos de coordenação” em casos “desta gravidade que são uma ameaça à segurança pública”. O magistrado sublinha que “o alarme público em causa, em que ainda estão vidas de pessoas em perigo, tendo em conta o nível de violência revelado pelo suspeito, exige medidas extraordinárias. Toda a ajuda é necessária”.
O jornal avança que a ministra da Administração Interna não tem escondido a sua preocupação. O seu gabinete confirma que “diariamente a sra. ministra tem telefonado à PJ para colocar à disposição todos os meios e recursos das polícias sob a sua tutela”, adianta.
No terreno, não tem havido coordenação entre a investigação da Judiciária e a GNR, que tem a sua própria operação em campo. Não tem havido sequer reuniões para definir táticas operacionais, garantiram ao diário fontes envolvidas.
O jornal refere ainda que, quadros superiores da PJ, PSP e GNR, com experiência em incidentes tático-policiais graves não entendem como “perante a gravidade do incidente, não foi criado um centro de coordenação e comando, ou um gabinete de crise, onde todas as polícias trocassem informações e afinassem estratégias”. Um desses peritos assinala que a “coordenação” devia ter em conta três objetivos fundamentais: “O primeiro é a salvaguarda da vida das pessoas, o segundo é capturar o suspeito, o terceiro é levá-lo à justiça.” Para isso, sublinha, “tem de haver articulação e coordenação entre as autoridades”. Um oficial da PSP lamenta que esta força de segurança “esteja a ser colocada à margem das operações”. Esta polícia remeteu à PJ todas as informações que tinha na sua base de dados sobre Pedro Dias. “Mas em troca, nada. Estamos às escuras, apesar de termos responsabilidade na segurança das zonas urbanas da região alvo da operação”.
Mário Mendes, o ex-superpolícia evidencia que “as falhas de coordenação são bastante grandes e que, pelo menos, a SG-SSI deveria reunir de urgência o Gabinete Nacional de Segurança (onde estão representadas as polícias e as secretas) e incentivar mecanismos de cooperação que não estão a ser realizados. Deveria ser a PJ a dirigir um eventual centro de comando e coordenação, tendo em conta que a investigação destes crimes é da sua responsabilidade”.
Fonte: Jornal económico
Foto: Cristina Bernardo


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