quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

MUNDO VIVE A MAIOR CRISE HUMANITÁRIA DESDE A 2ª GUERRA MUNDIAL


 
A ONU alerta que o mundo está a atravessar a sua pior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial, e cerca de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda em diversos continentes.
Nesta segunda-feira, a ONU lançou um apelo para o financiamento das operações de resgate e estima que em 2017 precisará de 22,2 mil milhões de dólares (20,8 mil milhões de euros) para ajudar as vítimas de conflitos e as pessoas atingidas por desastres naturais.
Este acréscimo de 10% às necessidades da agência no ano corrente justifica-se sobretudo pela deterioração das condições humanitárias em países como a Síria – que absorverá mais de um terço do orçamento (8,1 mil milhões de dólares/7,6 mil milhões de euros) -, Iémen ou Sudão.
No total, o apelo lançado pelo escritório da ONU para a Coordenação da Ajuda Humanitária (OCHA) tem como objetivo fazer chegar ajuda humanitária a 93 milhões de pessoas em 33 países, quase dois terços dos quais em África.
Este é o maior montante que este escritório – que dá apoio às agências da ONU, assim como às organizações não-governamentais nas questões humanitárias – alguma vez solicitou, de acordo com o seu dirigente, Stephen O’Brien, citado pela agência Associated Press.
O valor solicitado é inédito e a ONU insiste que nunca, desde o final da 2ª Guerra, tantas pessoas no planeta estiveram sob um risco tão elevado.
“Isto reflete um estado das necessidades humanitárias no mundo que não víamos desde a Segunda Guerra – mais de 128 milhões de pessoas precisam urgentemente do nosso apoio e solidariedade para sobreviver e viver em segurança e com dignidade”, afirmou O’Brien.
“Mais de 80 por cento das necessidades resulta de conflitos provocados pelo homem, muitos dos quais chegaram a um impasse e precisam de cada vez mais ajuda humanitária ao longo dos anos”, sublinhou.
Apelos como este, correspondente ao programa Resposta Humanitária Global, geralmente não atingem os montantes pretendidos e são baseados em estimativas, mas estabelecem referências importantes para as necessidades em todo o mundo.
No apelo por recursos, a ONU incluiu ações para lutar contra a fome na bacia do Lago Chade e no Sudão do Sul, atendimento para civis na Síria, Iraque e Iémene, e educação para crianças em zonas afetadas pelo fenómeno El Niño.
De acordo com o OCHA, os conflitos no Iémen, Síria, Sudão do Sul e Nigéria são os que suscitam maiores preocupações, mas as alterações climáticas e catástrofes naturais, como as provocadas pelo El Niño, estão “a empurrar muitas comunidades para o limiar da sobrevivência“.
A guerra na Síria está entre as mais custosas financeiramente. No continente americano, o foco do resgate será o Haiti.
E, se o mundo vive a pior crise humanitária, a ONU também atravessa uma situação financeira delicada. Em 2016, a entidade recebeu apenas 52% da verba que tinha solicitado para ajudar a população mundial.
ZAP / Lusa

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