Como a doutrina católica é a própria Verdade e o próprio Bem, quem a ama sem reservas deve amá-la como ela quer ser amada, isto é, com aquela ordenação sábia de caridade, que fazendo dela o centro de toda a vida e reconhecendo nela a fonte de todo o Bem, nem por isto, ou antes, exatamente por isto, dá a cada qual o que é seu.
De sorte que, quanto mais radicalmente católico se é, tanto mais se respeita, depois dos direitos de Deus, os direitos de todos os homens. Assim, não é possível que o amor entusiástico e sem limites à Igreja venha redundar em qualquer desordem. Este amor se confunde com a própria ordem.
Tal preliminar estabelecida, pode-se verificar que o sintoma mais característico do declínio do espírito católico em um povo é o declínio de seu ardor na defesa da pureza da doutrina.
Quando, em um movimento católico, qualquer que ele seja, a preocupação dominante é de ceder, de transigir, de calar, de acomodar a todo o preço acomodações que entretanto não têm preço, a situação é clara: há um processo espiritual análogo à tuberculose que mina a fundo o espírito religioso. Pelo contrário, quando o movimento se destaca por seu radicalismo, isto é, por sua sede de ortodoxia completa e minuciosa, de perfeição autêntica e sem “maquillage”, de senso profundo do sobrenatural que há na Igreja, não há esperanças que não se possam nutrir a respeito de tal movimento.
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(*) Trecho extraído do periódico “O Legionário”, nº 429, 1º de dezembro de 1940.
Fonte: IBAM
Fonte: IBAM
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