terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Startups - Foi um ano incrível, não foi?

Entrevistei o professor Paulo Soares de Pinho, diretor académico do The Lisbon MBA, no gabinete que ocupa na Universidade Nova de Lisboa. Queria conversar sobre o futuro – se é verdade que 2017 vai ser o ano em que as startups tecnológicas regressam em força aos mercados (ou se o capital de risco vai continuar a ser o porto seguro dos tão aclamados unicórnios). Era suposto ter demorado meia hora. Quando desliguei o gravador marcava o minuto 58. O descuido incluiu Uber, Facebook, Snapchat, Donald Trump, os “nacionalismos pacóvios” da Europa e até os “pseudo-empreendedores”. E eu que queria tanto falar de futuro, acabei a refletir sobre o passado.

Passado. Quando há um ano, o José Manuel Fernandes me disse que um dos objetivos do Observador para 2016 era ter uma newsletter semanal dedicada ao empreendedorismo, achei que a ideia ia ficar na gaveta. Não ficou. E no início do ano começámos a trabalhar na melhor forma de vos entregar este email – uma coisa que parece tão simples, mas que conta com a mestria de toda a equipa do Observador. E eu estava cheia de medo, lembram-se?

Arrisquei em escrevê-lo num tom mais pessoal, porque queria mostrar aos mais céticos que, apesar dos estrangeirismos e das piadas pré-feitas, a revolução tecnológica invadiu-nos a todos, nas coisas mais simples do dia a dia, tenhamos os empregos que tivermos – das artes à computação -, sejamos geeks ou não. Queria mostrar que falar sobre startups é falar do mundo de hoje. É refletir e discutir o mundo de hoje. Sem ideias feitas. E tal como qualquer empreendedor, investigador, artista ou curioso, arrisquei.

O ano ficou marcado pela Web Summit, pelas políticas públicas inéditas na área, pela polémica Uber vs taxistas, pela história do Ricardo, o português que em 25 segundos conseguiu um milhão de dólares, pelo que disseram os presidentes do Tinder e da Happn sobre o mercado português, ou pela história que conta como é que Elon Musk se tornou no “génio” que é hoje. Mas também pelo desafio que foi assegurar que este email vos chega sempre à hora marcada, todas as terças.

Na próxima, já estamos em 2017 e – prometo – vamos só falar de futuro. Até lá, aproveitem o final de 2016 com as pessoas que mais gostam, fechem ciclos, abram novos, mudem estratégias, mudem negócios, mudem o pitch, mudem a vida. Façam resoluções. Ou não façam resoluções e deixem tudo na mesma. Entrem em 2017 com o pé direito, não se esqueçam. Que na próxima terça-feira, estou cá outra vez.

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