O nordeste do Brasil está há cinco anos a ser afetado pela pior seca desde 1910, facto que levou o Governo brasileiro a anunciar o uso de bombas para levar água àquela região, foi hoje anunciado.
Para sanar o problema, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou o empréstimo de quatro bombas de água flutuantes de elevado débito que devem acelerar o abastecimento de água nos estado de Paraíba e Pernambuco, atingidos pela seca desde 2012.
Raul Fritz, meteorologista da Federação de Meteorologia do Ceará (FUNCEME) disse, em entrevista à agência noticiosa AFP, que normalmente as regiões costeiras do Brasil permanecem húmidas por mais tempo, mas devido a este período de cinco anos de seca o problema também atingiu a costa.
“As reservas onde as águas do Ceará são acumuladas durante anos estão praticamente secas”, explicou.
Segundo o especialista, esta seca tem efeitos desastrosos para a economia local, basicamente rural, e pode ter sido causada pelo fenómeno climatérico El Niño ou pela forte influência da mudança na temperatura do oceano sobre as chuvas na região.
São Paulo, o Estado mais rico e populoso do Brasil, tem experiência neste tipo de abastecimentos, uma vez que já que sofreu com uma grave seca entre 2014 e 2015.
Neste período, a administração local usou bombas para levar água às regiões mais afetadas, mesmo assim houve racionamento que atingiu cerca de 40 milhões de habitantes.
Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa do Estado de São Paulo, as “superbombas” que vão ser transportadas para o nordeste fazem parte de um projeto que custará 8,2 milhões de reais, cerca de 2,3 milhões de euros.
“Hoje é dia de colaboração. São Paulo passou por uma seca muito dura há três anos, superámos essa seca, e estamos melhores e mais preparados. Na altura compramos as superbombas, que custaram perto de 20 milhões de reais, para ter um bombeamento eficaz e a chamada reserva técnica”, disse o governador Alckmin.
“Já não as estamos a utilizar, portanto vamos emprestá-las ao Nordeste, que passa pela maior seca do século”, concluiu Geraldo Alckmin.
ZAP // Lusa / Ciberia
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