terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Na Saúde, o Governo não vira à esquerda (& o caso do Bolama, que emerge 25 anos depois)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia! 
Donald Trump voltou ao Twitter, de língua afiada: “A China tem recebido quantidades massivas de dinheiro e riqueza dos EUA num negócio totalmente de um sentido, mas não ajudará com a Coreia do Norte. Boa!”. Antes deste post, Donald já tinha disparado contra Kim
Na Índia, houve denúncias de abusos sexuais no ano novo. Um responsável governamental disse agora que a culpa é das vítimas.
O Papa pediu "tolerância zero" com os abusos sexuais. A carta de Francisco aos bispos já tem dias, mas só foi revelada nas últimas horas.
Em Manaus, terminou o motim. O balanço final aponta para 55 mortes e vários prisioneiros em fuga. No centro da história, há crime organizado e a maldita cocaína.
Por cá, um minitornado assustou Gouveia, provocando apenas danos materiaisE o Sp. Braga vingou-se no primeiro jogo do ano novo.

As notícias do dia  

Primeiro, a nossa manchete: o ministro da Saúde decidiu lançar um concurso para manter o hospital de Cascais no sector privado. Adalberto Campos Fernandes vai lançar um concurso público e espera pelas propostas, para depois tomar uma decisão final. Mas Bloco e PCP avisam já que não aceitam outra solução que não passe pela integração no SNS. A notícia está aqui - e aqui a história das PPP na Saúde, que começou com... António Guterres.
Um salto à Justiça, porque o caso do Bolama emergiu 25 anos depois. É que o Supremo decidiu que o filho de uma das vítimas do navio afundado ainda pode vir a ser indemnizado por morte do pai. O mistério, envolvendo 30 mortes e alegado tráfico de urânio interceptado pela Mossad, continua por desvendar - e é aqui recuperado, na notícia da Ana Henriques.
Ainda na Justiça, anote a notícia do jornal iPedro Dias terá escrito cartas onde assume a autoria dos crimes de Aguiar da Beira. As ditas provas estarão a ser analisadas no Laboratório de Polícia Criminal. 
Na Caixa, não há crime, só polémica. Governo e António Domingues não se entendem sobre o vazio de poder que ficou no banco público, com o gestor a alegar que não ficar ficar responsável pelo arranque da operação de recapitalização, marcado para amanhã. Mas as imparidades vão ficar registadas nas contas de Domingues, diz hoje o Negócios.
No Novo Banco, os americanos da Apolo ganharam um sócio português: os Viola, accionistas do BPI. Uma tentativa de última hora, que precisaria do acordo do Banco de Portugal para ser aceite como proposta, anota também o Negócios. Aparentemente, a proposta chinesa ficou mesmo pelo caminho.
Anote também isto: o BCE está a ajudar a financiar três empresas portuguesas. O valor dos títulos comprados chegou a 51.216 milhões de euros, mas não há muita informação disponível.
Fundamental será refinanciar o Estado português este ano. Os montantes são elevados e as limitações do programa do BCE são muitas. Isto enquanto o próprio Governo se divide sobre uma renegociação.
Curioso é como António Costa já convenceu o Financial Timesexpectativa superada, diz o mais influente jornal económico do mundo. Falta ainda convencer Passos Coelho.

Opinião (para nos pôr a pensar)

Hoje acontece

  • O inquérito à Caixa está de volta, com a audição de António de Sousa (presidente do banco público no início do século). É às 15h00.
  • A SIBS conta como esteve o multibanco na semana pós-Natal, ao mesmo tempo que se conhece o inquérito de conjuntura às empresas e consumidores relativo a Dezembro.
  • O Congresso dos EUA volta ao trabalho, com a missão de desfazer em 100 dias as políticas de Obama, como explica a Rita Siza.
  • Porto e Benfica jogam na Taça da Liga - com os dragões a precisar de uma vitória para seguir em frente.

Um minuto só

Para lhe contar uma história bonita, a de Andrew, que decidiu ser pai aos 20 (para espantar a solidão e o medo). Hoje ele é feliz - como provam as belíssimas fotos de família.
Para lhe mostrar uma obra de Ian Daviesuma homenagem a todas as mulheres do mundo. Chama-se "Her" - e está na montra do P3.
E para assinalar quem foi a celebridade mais solidária de 2016A lista das 20 + deixa-nos reconciliados com o showbiz.
E, dito isto, vamos ao dia 3 do ano novo. Como diz tão bem o Miguel Esteves Cardoso, chegou o fim das festas, que "é a melhor altura do ano". Vamos lá então. Nós aqui estaremos, produtivos e de sorriso rasgado, à sua espera e desafiando o mau tempo.
Até já!

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