Enquanto dormia...
O Presidente Trump lançou uma ação militar contra a Síria como punição pelo ataque químico que provocou 86 mortos, entre eles várias crianças. Os EUA lançaram 59 mísseis Tomahawk contra a base aérea a partir da qual foram usadas armas químicas na terça-feira. No Observador, estamos a seguir todas as reações num liveblog em direto.
Convém destacar já duas declarações que temos no nosso liveblog:
- Vladimir Putin, que é aliado de Assad, diz que o ataque é uma "agressão contra uma nação soberana" e vai exigir uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU;
- O jornal estatal chinês escreve que o ataque de Trump demonstra "pressa e inconsistência" (e convém lembrar que o líder chinês, Xi Jinping, está nos Estados Unidos a visitar o novo Presidente).
Os serviços militares norte-americanos começaram a divulgar as primeiras imagens do ataque. Os mísseis foram lançados a partir de dois navios americanos no mar Mediterrâneo. Veja as fotos.
Esta manhã, o Washington Post explica porque é que os americanos usaram mísseis Tomahawk em vez de, por exemplo, caças: apesar de terem um menor poder de destruição, não precisam, obviamente, de um piloto e podem ser lançados de um navio de guerra, a uma distância segura do inimigo.
O The New York Times tem já uma análise aos "riscos e oportunidades" da ação de Trump e conclui: "Resta saber se a nova e inexperiente equipa de Trump - que está dividida sobre como e onde usar o poder americano - consegue transformar a intervenção na Síria em algo mais do que apenas uma demonstração simbólica de força".
No "Conversas à Quinta" desta semana, Jaime Gama já tinha antecipado a inevitabilidade do que aconteceu esta madrugada, afirmando que Trump necessitava “urgentemente do show-off de uma operação militar robusta”.
Pedro Passos Coelho deu ontem à noite uma entrevista à SIC e convém reter várias coisas:
- Um aviso: “Nunca me demitiria por causa de um resultado autárquico”;
- Uma crítica: "Enquanto outros países aproveitaram a baixa do petróleo e aceleraram o crescimento, Portugal desacelerou o crescimento";
- Um ataque: a venda do Novo Banco “compete ao Governo e ao Banco de Portugal” e não foi feita na totalidade;
- Um lamento: "Teria gostado de ver o Presidente da República defender a independência do Conselho de Finanças Públicas".
Em menos de 48 horas, Passos e Costa deram entrevistas - e, olhando para as duas, percebe-se que não podiam ser mais diferentes: no défice, no sistema financeiro, no optimismo (ou falta dele) e, claro, na relação com o Presidente. Veja aqui o que disse um e outro.
Na análise às duas entrevistas, o Vítor Matos conclui: "São maiores as probabilidades hoje de Costa fazer oito anos de mandato do que Passos manter a liderança do PSD. Claro que tudo muda. Sabemos como o Diabo por vezes aparece sem se fazer anunciar".
Isaltino Morais volta a candidatar-se à Câmara de Oeiras. Depois de ter sido condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais, o ex-autarca do PSD apresenta-se agora como independente. O anúncio é feito hoje às 15h numa entrevista à TSF.
O Parlamento discute esta manhã o que pode mudar no controlo dos bancos. A Ana Suspiro e a Rita Tavares foram olhar para os casos reais e para as respostas dos partidos. A partir das 10h, vamos estar a seguir o debate na Assembleia em direto.
A batalha de Carnide continuou ontem durante todo o dia, depois de a Junta e vários habitantes da zona terem arrancado os parquímetros da EMEL. É uma história bem portuguesa, como se pode perceber ao ler a descrição feita ao Tiago Palma por uma residente: “Olhe, a noite estava boa, nem quente nem fria, e isto não é um espetáculo que se vê todos os dias, não é? [Risos] E os parquímetros lá foram retirados um por um, pronto. Depois alguém chamou a polícia mas, como se costuma dizer, foi tudo na boa e os polícias – que eram rapazinhos bons e entenderam a situação – resolveram levar a carrinha da Junta para a esquadra. Porquê? Para que ninguém roubasse os parquímetros ou os vandalizasse durante a noite”.
A EMEL, como será compreensível, achou menos graça: apresentou uma queixa-crime contra a Junta de Freguesia de Carnide.
Outra história bem portuguesa: a Comissão de Ética resolveu ontem a situação de sete deputados em relação aos quais havia dúvidas sobre supostas incompatibilidades entre seu o mandato e a sua situação profissional. Os casos mais problemáticos eram de dois socialistas, mas PSD e CDS abstiveram-se - e, assim, tudo acabou sem mais problemas.
Porque é que Dias Loureiro não foi acusado no caso BPN? O Luís Rosa foi ler o despacho de arquivamento para tentar perceber o que se passou num dos processos mais mediáticos dos últimos anos. E explica tudo aqui.
E hoje Dias Loureiro dá uma entrevista ao DN em que fala sobre o processo e sobre a forma como os políticos encaram o poder judicial: "Há medo, há medo. Ninguém se quer meter com isto, toda a gente foge disto". Dias Loureiro também critica Cavaco Silva, a cujos governos pertenceu, e Marcelo Rebelo de Sousa.
Há mais 3462 vagas para professores no próximo ano letivo. O anúncio foi feito ontem pelo Ministério da Educação.
O debate sobre a nomeação do novo juiz do Supremo Tribunal, escolhido por Donald Trump, acabou com a utilização da "opção nuclear": perante a ameaça de um filibuster (uma forma de adiar indefinidamente a decisão), os republicanos acabaram com essa norma-travão, permitindo que tudo se resolva através de uma maioria simples. Já se estava à espera: em 2013, os democratas tinham feito o mesmo para os juízes dos tribunais inferiores.
Morreu a mulher que caiu da Ponte de Westminster durante o ataque de Londres. Andreea Cristea, uma arquiteta romena de 29 anos, estava no hospital a receber tratamento.
A nossa Opinião
Rui Ramos escreve sobre a lei das rendas: "O mercado do arrendamento em Lisboa ainda não funciona para todos, e está a ser perturbado pelo turismo. Mas um novo congelamento de rendas só poderá ter o resultado funesto dos anteriores".
Miguel Tamen escreve sobre filosofia pelo fado: "Os fadistas, quando cantam, falam de si próprios? Mas os melhores fadistas são aqueles que sabem que cantar o fado não é falar, nem dar recados, e que a letra do fado pouco pode esclarecer".
José Milhazes escreve sobre Putin: "Ao envolver-se cada vez mais na guerra na Síria e noutros conflitos no Médio Oriente Vladimir Putin sabia que iria sujeitar todo o seu país a novos perigos, principalmente ao terrorismo islâmico".
Os nossos Especiais
António-Pedro Vasconcelos entrou esta semana no "Questões do Forno Interno", a convite do Rui Miguel Tovar, para falar de todos os seus heróis: Peyroteo, Araújo, Eusébio, Torres, Puskas, Seninho, Maradona, Chalana, Futre e Jesus. (Detalhe: António Barreto e Maria Filomena Mónica ainda apareceram no fim da entrevista.)
Notícias surpreendentes
A polícia indiana está a investigar o caso de uma rapariga que foi encontrada em janeiro a viver com macacos numa floresta. Ela terá entre 10 e 12 anos e não sabe falar. Falta conhecer a sua identidade.
Os museus portugueses estiveram agitados ontem:
- No Museu Berardo, Pedro Lapa foi substituído interinamente por Rita Lougares no cargo de diretor artístico;
- No Museu Nacional de Arte Antiga, conheceram-se os resultados dos estudos laboratoriais feitos ao quadro "O Chafariz d’El-Rey": a pintura (uma das peças centrais da exposição "A Cidade Global") é verdadeira.
São sete casas e guesthouses deslumbrantes, ideais para uma escapadinha. A Ana Dias Ferreira dá todos os detalhes destas sugestões diferentes.
Hoje vai ser um dia longo: vamos estar a acompanhar ao minuto os desenvolvimentos do ataque militar dos Estados Unidos contra a Síria. Vá passando por aqui para saber as últimas novidades.
Até já!
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