Reacções internacionais não se fizeram esperar. Moscovo condenou ataque e avisou que ação causou danos nas relações entre os dois países
Os Estados Unidos atacaram esta madrugada uma base aérea na Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas lançado esta semana por forças fiéis ao presidente Bashar Al-Assad, que fez mais de 70 mortos e dezenas de feridos. É o primeiro ataque direto à Síria realizado pelos Estados Unidos desde que começou a guerra na região, há sete anos.
O presidente Donald Trump, que já tinha vindo a ameaçar nos últimos dias, afirmou que foram ultrapassadas todas as linhas vermelhas definidas pelo seu antecessor, Barack Obama. Trump frisou que era necessário “prevenir e parar com a disseminação do uso de armas químicas mortais”.
Este ataque e decisão de Trump acontecem numa altura em que o presidente norte-americano recebe o presidente chinês, Xi Jinping, um encontro que está dominar as atenções internacionais pela sua importância económica e política.
Os Estados Unidos lançaram durante a madrugada 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea em Shayat que terá lançado o referido ataque químico. Segundo o Observatório da Síria terão morrido quatro soldados sírios e a base terá ficado completamente destruída.
Após o ataque ser anunciado, o secretário de Estado norte-americano disse que a Rússia “falhou na sua responsabilidade” de cumprir um acordo de 2013, que ajudou a fechar, para destruir o arsenal de armas químicas da Síria. “Ou a Rússia tem sido cúmplice, ou a Rússia tem sido simplesmente incompetente na sua capacidade de apresentar resultados”, afirmou.
A Rússia foi avisada antecipadamente de que o ataque seria ordenado, afirmou um porta-voz do Pentágono, citado pela Reuters e que foram realizadas “múltiplas conversas” na quinta-feira antes do ataque.
O Kremlin já veio condenar a ação, tendo pedido uma reunião urgente do Conselho das Nações Unidas, dizendo que o ataque causou “danos profundos” nas relações entre os dois países. O prta-voz de Moscovo afirmou que os ataques são uma “agressão” a uma nação soberana.
As reações a este ataque já estão a surgir, com a oposição síria a apoiar a ação norte-americana. O Governo britânico também já veio apoiar “totalmente” este ataque, segundo um porta-voz citado pela Reuters.
A Rússia defende que os ataques aéreos sírios atingiram um armazém onde rebeldes estavam a fabricar armas químicas, algo que os Estados Unidos questionam.
Já o Irão condenou “veementemente um ataque unilateral destes… ações como estas vão complicar a situação na Síria e na região”, segundo a Reuters.
Os Estados Unidos acusaram o regime de Bashar al-Assad de ter utilizado um agente neurotóxico do tipo sarin na terça-feira com a localidade rebelde de Khan Cheikhun, no noroeste da Síria. Pelo menos 86 pessoas morreram, incluindo muitas crianças.
O preço do petróleo está a subir mais de 2% para máximos de um mês esta sexta-feira, uma subida que se registou após o ataque ter sido tornado público. O Brent saltou para 56,08 dólares o barril, uma subida de 1,5% e no crude (WTI) a subida foi de mais de 2% para 52,94 dólares por barril antes de estabilizar numa subida de 1,7%.
Os analistas avisam que o ataque poderá ter implicações nos mercados, sobretudo no petróleo, uma vez que embora a Síria tenha uma limitação na produção de petróleo a sua localização, no Médio Oriente, e as alianças com os maiores produtores da matéria-prima traz preocupações relativamente ao abastecimento.
Nas bolsas que estão abertas os investidores têm procurado ativos no setor da Defesa, de utilities e também no setor mineiro.
[em atualização]
Fonte: Dinheiro Vivo
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