sexta-feira, 7 de abril de 2017

ESTADOS UNIDOS EUA atacam directamente Síria depois de lançamento de armas químicas

Reacções internacionais não se fizeram esperar. Moscovo condenou ataque e avisou que ação causou danos nas relações entre os dois países

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Os Estados Unidos atacaram esta madrugada uma base aérea na Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas lançado esta semana por forças fiéis ao presidente Bashar Al-Assad, que fez mais de 70 mortos e dezenas de feridos. É o primeiro ataque direto à Síria realizado pelos Estados Unidos desde que começou a guerra na região, há sete anos.

O presidente Donald Trump, que já tinha vindo a ameaçar nos últimos dias, afirmou que foram ultrapassadas todas as linhas vermelhas definidas pelo seu antecessor, Barack Obama. Trump frisou que era necessário “prevenir e parar com a disseminação do uso de armas químicas mortais”.

Este ataque e decisão de Trump acontecem numa altura em que o presidente norte-americano recebe o presidente chinês, Xi Jinping, um encontro que está dominar as atenções internacionais pela sua importância económica e política. 

Os Estados Unidos lançaram durante a madrugada 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea em Shayat que terá lançado o referido ataque químico. Segundo o Observatório da Síria terão morrido quatro soldados sírios e a base terá ficado completamente destruída.

Após o ataque ser anunciado, o secretário de Estado norte-americano disse que a Rússia “falhou na sua responsabilidade” de cumprir um acordo de 2013, que ajudou a fechar, para destruir o arsenal de armas químicas da Síria. “Ou a Rússia tem sido cúmplice, ou a Rússia tem sido simplesmente incompetente na sua capacidade de apresentar resultados”, afirmou. 

A Rússia foi avisada antecipadamente de que o ataque seria ordenado, afirmou um porta-voz do Pentágono, citado pela Reuters e que foram realizadas “múltiplas conversas” na quinta-feira antes do ataque. 

O Kremlin já veio condenar a ação, tendo pedido uma reunião urgente do Conselho das Nações Unidas, dizendo que o ataque causou “danos profundos” nas relações entre os dois países. O prta-voz de Moscovo afirmou que os ataques são uma “agressão” a uma nação soberana. 

As reações a este ataque já estão a surgir, com a oposição síria a apoiar a ação norte-americana. O Governo britânico também já veio apoiar “totalmente” este ataque, segundo um porta-voz citado pela Reuters. 

A Rússia defende que os ataques aéreos sírios atingiram um armazém onde rebeldes estavam a fabricar armas químicas, algo que os Estados Unidos questionam. 

Já o Irão condenou “veementemente um ataque unilateral destes… ações como estas vão complicar a situação na Síria e na região”, segundo a Reuters. 

Os Estados Unidos acusaram o regime de Bashar al-Assad de ter utilizado um agente neurotóxico do tipo sarin na terça-feira com a localidade rebelde de Khan Cheikhun, no noroeste da Síria. Pelo menos 86 pessoas morreram, incluindo muitas crianças. 

O preço do petróleo está a subir mais de 2% para máximos de um mês esta sexta-feira, uma subida que se registou após o ataque ter sido tornado público. O Brent saltou para 56,08 dólares o barril, uma subida de 1,5% e no crude (WTI) a subida foi de mais de 2% para 52,94 dólares por barril antes de estabilizar numa subida de 1,7%. 

Os analistas avisam que o ataque poderá ter implicações nos mercados, sobretudo no petróleo, uma vez que embora a Síria tenha uma limitação na produção de petróleo a sua localização, no Médio Oriente, e as alianças com os maiores produtores da matéria-prima traz preocupações relativamente ao abastecimento. 

Nas bolsas que estão abertas os investidores têm procurado ativos no setor da Defesa, de utilities e também no setor mineiro. 

[em atualização]

Fonte: Dinheiro Vivo

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