Os presidentes da EDP e da EDP Renováveis, António Mexia e João Manso Neto, para além do antigo diretor da REN, Rui Cartaxo, foram constituídos arguidos no âmbito de um processo que investiga corrupção e participação económica em negócio.
A Procuradoria-Geral da República avançou à LUSA que várias pessoas foram constituídos arguidos nas buscas da Polícia Judiciária aos escritórios da EDP em Lisboa. Dois deles são António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis.
A Polícia Judiciária está a realizar buscas na REN – Redes Energéticas Nacionais, EDP e na consultora The Boston Consulting Group, no âmbito de um processo que investiga corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio.
Segundo uma informação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “o inquérito tem como objeto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)”.
"Patrocínio" da EDP a Manuel Pinho também está a ser investigado
Também de acordo com a SIC Notícias, a PJ está a investigar um curso acerca de energias renováveis na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, instituição onde Manuel Pinho lecciona uma cadeira, alegadamente viabilizado por patrocínios da EDP
De acordo com informações veiculadas pelo canal, o curso foi criado em 2010 e tinha a a empresa portuguesa a suporta parte dos custos. Um dos professores convidados foi Manuel de Pinho, ex-ministro da Economia e amigo de António Mexia.
A notícia acerca do curso, da cadeira lecionado por Pinho e do alegado patrocínio da EDP tinha vindo a público no passado pelas mãos do Jornal de Negócios, mas a elétrica nacional sempre negou qualquer favorecimento.
Rui Cartaxo também é arguido
Rui Cartaxo, que esteve na liderança executiva da REN até 2014 e atual 'chairman' do Novo Banco também foi constituído arguido no processo decorrente das buscas que aconteceram nos escritórios da REN, noticia a SIC Notícias.
Nascido em 1952, Rui Cartaxo era até agora consultor do Conselho de Administração do Banco de Portugal, tendo sido responsável pelo grupo de trabalho que fez o livro banco da regulação.
Licenciado em economia pelo ISEG, Rui Cartaxo assumiu cargos de gestão em algumas das maiores empresas portuguesas do setor das telecomunicações e energia, nas duas últimas décadas.
Foi presidente executivo da REN entre 2009 e 2014, depois, de entre outras funções, ter sido administrador executivo da Transgás, da Galp Energia, da Galp Espanha e ainda da REN.
Na área das telecomunicações, teve o cargo de administrador financeiro (CFO) da 'holding' que promoveu a fusão da Telecom Portugal, TLP e Marconi, tendo ainda coordenado o IPO [entrada em bolsa] da Portugal Telecom, a primeira operação de dispersão de capital de uma empresa portuguesa nos mercados internacionais.
Em causa na investigação estão suspeitas de corrupção ativa, corrupção passiva e participação económica em negócio.
Fontes oficiais da EDP e da REN já haviam confirmado à agência Lusa buscas da PJ nas suas sedes, em Lisboa.
"Informamos que a REN continuará, como sempre a colaborar com as autoridades em tudo o que estiver ao seu alcance", adiantou fonte oficial da empresa liderada por Rodrigo Costa.
Também a elétrica liderada por António Mexia realçou que está a colaborar com as autoridades.
O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
Fonte: MadreMedia
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